CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.
- H9 - Não era a casta virgem mais de outr'ora r Da limpida innocencia - doce olor No seio d'alma já lhe não vertia A inebriante flor! Já era prostituta I Foi na orgia t>or entre os desvarios da saturnal, Que assim deixou fanar-se-lhe tão cedo A c'róa virginal. Depois era uma noite ... Amortalhada - Cadaver já - eu vi-a sobre o chão 1 Lembrei-me dos seus dias innocentes, Chorei de compaixão! Era de um genio profundamente melancholico, que elle revelava em quasi todas as suas composições. Muitas d'estas ficárão ineditas e fôrão por elle quei– madas n'um accesso de loucura. Para collocar na sepultura de sua idolatrada proge– nitora, Marcellino Lopes escreveu trez quadras apenas, porem verdadeiramente sentimentaes. Erão a expressão clara da dôr de um filho extremoso. Não nos foi possível conseguir uma copia d'ellas, o · que muito sentimüs. Os seus restos mortaes fôrão trasladados para San– tarem, a pedido de seu pai, que passou na cidade d'esse nome os ultimos annos de sua existencia. Amigo e companheiro de folguedos infantis e mais tarde das bancadas de estudante, nós, como os seus desvelados parentes, lamentamos a morte prematura do inditoso moço .
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