CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.

- H8 -- SONETO Perdi•.• perdi já tudo! Nem já sinto Sorrir-me dentro d'alma um·esperança, Enlevos de mancebo.. amor bonança! Ai! tudo se findou! por Deus, não minto! Tirai-me o coração! - De magoa tinto - Sequer n'elle achareis uma lembrança Dos gozos que fruí quando, em creança, Do riso e do prazer cingia-me o cinto! E assim hei d'eu morrer'! ! Meu Deus, que sina Morrer..• morrer sem nunca haver ditoso Do amor gozado, em vida, a luz divina! Morrer... morrer vergado ao peso iroso D'acerrima desgraça vil, ferina, E' triste, é triste, ó Deus! muito horroroso! AINDA VIRGEM. - PROSTITUTA. - JÁ CADAVEH Era manhã... sorrindo ella brincava Por entre as meigas flores do jardim; Bem como o seio d'ella, erão suas vestes, Mais alvas que o jasmim. Tão virge'inda era ella ! Na tez linda Dos louros clierubins tinha o candor! Suavíssima innocencia revelava Dos olhos no fulgor. Passárão-se dez amtos... Uma tarde Sentada a vi d'um templo ao limiar; Scismava... tinha a face macilenta, Tão languido o olhar!

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