CUNHA, Raymundo Cyriaco Alves da. Paraenses illustres. 2.ed., corr. e augm. Pará: J.B. dos Santos, 1900. 160 p.
Nas faces alvas, formosas, Onde Deus abrira as rosas Da virgindade e do amôr, Gravou-te o impuro vicio, Como pungente cilicio, Sello de opprobrio e de dôrl Eu fui teu escravo um dia! Em solemne adoração Dei-te o incenso da poesia Nas aras do coração; De teus olhos aos fulgores, Como ao sol desbrochão flôres, Minh'alma desabrochei; E no regaço da esp'rança, Risonha, incauta creança, Meus sonhos acalentei l Hoje não: d'esse passado Nãu ha ,restigios sequer; Eil-o o encanto quebrado : Tornou-se o .anjo mulher'. Seu <liadema refulgente Perdeu a estrella cadente,. Rasgou-se o véo da Vestal, Sem azas a pomba erra; A deusa rolou por terra, Cahindo do pedestal!.•• Ai t não penses mais agora No culto que te votei; Perfume que se evapora Foi meu amor, bem o sei, Nem os incensos e cantos Me peças mais, porem prantos
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