Operariado Nacional e os novos calabares - 1918

- 8 - - Peior : - nega-se o direito de trabalhar, nega-se o t rabalho. Este é distribuído cavilosamente ou arro– gante mente, arbitraria,Iiente, a quem mais convier, com p re terição do opera rio b razileiro. Esse estado de cousas, caprichoso e morbido . vae creando nas camadas operarias o germen de graves desgostos e desconfianças. Accorda afinal, o sentimento do perigo. A injustiça faz-se palpavel. S urge a conscienci~ d_e um d~reito, o ma is imperio– so de todos : - o direito de viver e consequente le– gitima necessidade de agir e o faze r valer, por isso que continua e afoitamente ludibriado. Os movimentos ope"rarios, que já adquiriram direito de cidade, e que de longo tempo percorrem as sociedades mais cultas, e aqui, acolá, espoucam ma is ou menos assustadoramente, indicam que um a mbiente novo faz _germ"inar tendencias novas, aspi– rações novas e reciprocamente . Ninguem se póde con·siderar bastante poderoso industrial, política ou economicamente, ao ponto de se suppor isolado das correntes geraes da vida e dos ma roiços sociaes. Ninguem é superior ás leis que regem as cousas e os homens . O fraco reune– se ao fraco e essa fraqueza isolada, quando se a pro– xima e faz multidão, é o povo e por uma espec1e de chimica social, faz-se tambem uma fo rça effecti va capaz de se impôr á vista grossa. dos exploradores de toda especie. O movimento operaria que na Eu– ropa já conseguiu grande influencia e de cuja atti– tude pendem mesmo os destinos do mundo e cuja s ignificação crescerá cer tamente, quando passar de vez o preconcei to, que ainda dura, de que o traba– lho e a voz dos humildes são cousa desprezivel, já viceja na AnJerica e não é extra~ho ao Brazil. .Mo– vimentos ma is ou menos graves Já se tem verifica– do e poderão repeti~·-se. Emquanto se refazem, á ultima hora, em linhas mais a mplas, os d iques que canalisem as vagas da avalanche libertada, as grandes aguas já terão fei to indomaveis avançadas. A p repotencia nad.1 arranja-

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