O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

/ , 6 O ENSINO ~~ veital-a, sériamente estudando. Em vez de flôres, devias trazer luz na tu'alma, idéas no teu pensamen to. Não seria melhor que aprendesses as tuas licções? (apontando para o ramo de flôres): P'ra que servem, afinal, essas flôres ? E llas te ensi– nam alguma coisa?"· Alexandrino: Ensinam-me a a– mar e a compreender a 'Natureza. Fhmriberto: Realmente ... mas não foi com esse proposito que co– lheste essas mi1.nosas flôres. Alexandrino (envergonhado, a– baixando a cabeça) : Serei verda– deiro: colhi-as nem sei mesmo p 'ra quê (estendendo as flôi ·es a Flezt– riberto): Queres algumas? Fleuri l1 erto (pa:,sa o bmço pelo hombro do amigo, amavelmente): Não, obrigado. Escuta: ó cêdo. Vai ao teu coll egio. Ln encontrará s uma garrul a legião de pequeninos estu– dantes. A escola ó a colmeia; os estu· dantes, as abelhas laboriosas, sofre– gas de id éas, como as verdadeiras abelhas ·cdcntas de mói. As abelhas libam o nectar do perfumoso cora– ção das flôres. Tambem, os pequeni– nos estudantes, quaes novas trefe– gas abelhas, em doirados enxames rumorosos, vôam p'ra colmeia, que é a escola, e lá como que 1\bam das le– tras dos livros-favos de Himetto e de Ventonél-o capitoso mél elas idéas que enche de luz e de gloria as cellulas criadoras do vasto e hu– mano pensamento . Alexandrino: Que farei éntão destas f!ôr es? Fleuriberto: Ah ! sim, leva-as, clepõem-n'as ás mãos de teu mestre e diz-lhe: •Eis-me aqui. Trago-lhe flôres, dê-me em tl'óca conselhos e Iicções ~. Alexandrino: (ape1·tando a mão do amigo): Obrigado. É o que vou fazer. Adeus (encaminha-se tí escola, entrei. atira as flôres ás mãos do 1nestre surpreendido, e clfr-lhe): ~Eis-me aqui. Trago-lho flôres, dê– me em tróca conselhos e licções,). Belém-Junho ,c 1 18 Mecenas Rocha I> e u.ma en.trevista " .... ... .. ....... .. ............ ... .. ................. ........ .. . ........ ........ .. ... . O = livro só, sem instrumentos manuaes, quaesquer que elles sejam, agulhas, ferra– mentas de marcenaria, dr architectura, arados, machinas de escrever , locomotivas, instrumentos ele astronom ia, de alta ci ntrg ia, etc., vale pouco, pois é a alma sem !'Orpo ou corpo S<'m alma; (· a thcoria que o povo ironicamente chama - ·'prorn" , "rheto– rica", eousas leves e improclnctivas, que matam o tempo, mas não matam a fome.>

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