O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

O ENSINO 87 que tenda ao cumprimento das suas obri– ga~ões ?! Sua pe.lavra vive ligada. a todo o eleva– do commettimento social e, fazendo do li– vro uma Bíblia, semeia, semeia ii farta, as sabias letras do A. B. C., que se transfor– mam amanhã · em incrustações ele perolas ful o-en tes, em rutilantes sóes, estes en~a - tad~~ no Cruzeiro do Sul da 1tossa Patria, aqueJ\as palpitando no eio opulento o dos nossos rios. Marco de todas as civilisac;ões, o profe sor tem a sua época,. dev e trabalhar ele accordo com ella, integralizar-se na substancia do sou mi stér, caracterizar- e por princi pios que o .façam respe itado, acatado; ser ell e mesmo: sóbrio, modesto , calmo, amig·o da escola, nmigo do livrn e ami•·o elas crean– ças. O prof<!ss_o r refl ecte todas a qualida– des capazes e dignas ele infil trar no animo dos meninos um sêr novo , um homem que se prepara para a vida, para os largos com– bates da existencia.. Sim, reconheçamos, o prot"essor preci a possuir todos os predica– dos que facilitem o seu tra.balho , ao con – trario ver-se-á naufrago, a de ba ter-se 1111 ondas do insuccesso. ~'Ias elle t.ão sómente? não! Tres forças essenciaes se conjuga111 , li ,,.am-se intimamente parn. o bom ex ito: p;es, alumno, e professores. Como, porem, a nossa palestra é - O profes or e a e cola - refiramo-nos ao Educador. E:ducador, affirmamos, ed llcaclor repeti– mos. E a funcçi10 <lo me tre-escola é tão complexa e variada que a elle cumpre não exclusivamente in truir, mas tambem edu– car. F eli zmente, !)ara o bom r dito do en– ·ino, vae jit se extinguindo a fór1nula ediça de que apenas a esco la instrue e a fami lia edu ca. O professor di gno de e nome, o pro– fessor amante da sua carreim, da sua no– bilitante profis ão, jamaifi, nun ·a a rticulará taes vocabulos. A incumbencia ela escola é instruir, a incumbe11C'ia da escola (· outro– sim educar. Ao lado da penna, conju11ctil mcnte co111 0 ,.,. iz e o livro, colloquemos o preceito refurentes á educaçiw. Adernai , in trncção e educaçi'LO ão pontl 1 füo intriu ecos que 11 rw lh es sabemos o termo . Parece até que 11ma d lias ma is amplifica xpre ·.a o cam– po da outra : a educação. A educação mornl e civica ·eni a pcdnl. a no·ula r da escola, a cáthedra max ima cio onde reluzirá a triade Publime do prog re o humano-Liberdade, V:g ualdad e, l•'ratern ida- de, liberdade para agir, egualdade nos fin s, e~ualdade dos direitos, e fra ternidade de idéas, de actos e de corações: o pa• riotismo vibrando na essencia dos nossos st! res, quer nos gloriosos momentos de victoria, que r nas angu tiosas l1oras de soffrer. Tratemos na escola cio caracter, levante– mos o caracter naciou al, tratemos da for– rnaçilO moral cios indivíduos, isto é, falemos aos alnmnos como paes, toquemos-lhe o co• ração e a consciencia. Digamos que o men– tiroso é despres ivel.. combatamos a mentira e exalcemo · a verch'lde; que o indolente é um réprobo, combatamos a indol encia e ele– yemo o trabalho; que o homem de ins– tincto rnáu é de testado, combatamos a 111111- dade e engrandeçamos a doçura. Lembre – mos na escola os feitos dos nossos antepas– sados, suas conquistas (nossas conqui tas !) o que fizeram para nos dotar ele uma Pa– tria que se ennobrece e se affirma; fal emos– lhes dos nossos Heróes nn. Guerra e na Paz; nas Industrias e na Sciencia, e teremos cump rido o nosso dever! E veremos egunl– mente o professor de posse de aptidõe · as mais necossa rinE ao eu labor: a a iclui– dad e, a pontualidade, a exactidão no er– viçn, o amor á profi ão (con ideranclo-a a melhor, a mais nobre), collocará a obriga– çlw do cargo acima das obrig·ações pe soaes. E' professor, e esta palavra diz tudo. ma a escola, e para ella o precioso qt1inhilOdo s seus esforços! Do <Lino do Povo », do dr. Antonio Mar– ques Rodri gues, in pecto r e colar no J\[a– ranhi10, ('X.tractarnos as re ferencia infra : «E' . a nta a profi ão do prot"e·sor prima– ri o, 11 mui gra ve it sua rnspo11 ::i bilidad . O- meninos lhe são confiados numfl. tenra idade, em que a alma recebe impre sõe profundas, qn e irrevocavelme11te decidirfto dos de tinos de toda a sua vida. O professor tem p1>is a obri <>açào ele infundi,· 110s me - ninos idéas v rdadeiras, sentimento puros e nobres, e habitos virt.uosos. Seria agrada– vel a sua tarefo se tivesse cln en inar SÓ· mente a meninos doceis e bem educados: ma é bem difficil , bom penosa uma tal ta– refo, quando pen amos nas más iuclinaçües da nossa natureza nos vícios muita ve– ~e enraizado , que o professor tem de ex• tirpa r. E' uma vig-ilancia, umn. lucta sc111 d~ canço, que o prnfessor accei tn desde o dia q~e se obriga a ens inar. > Guizot, ministro da instrucção em Fronça; uh creve u estas pala vras : e Os recnr os do

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0