O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
O ENS!.J: O 41 Inspecção medico-_escolar E' merecedora de todos ·os en– comios a r esolução altamente patri– otica dos actuaes dirigentes do nos– so Estado , tornando uma r ea lidade o serviço de inspecção medica da nossa popu lação escolar. O probl ema soiucionado, da mais urgente nescessidade, vem reso l– ver um assumpto de alta importan– cia para o nosso futuro e que muito concorrerá, de certo, para o melhor encaminhamento da ardua missão do nosso professorado . Sem as noções de hyg iene esco-_ lar, o ensino das creanças dá o mes– mo res ultado que o cultivo de uma flôr se1n reg ras de flori cultura. E', pois, necessario que a questão seja encarada cum carinho e cuidado afim de que possamos colher os bel– los fructos que infallivelmente virão. Não nos preoccupa, neste insul so e modesto alinhavado, outro intuito que o de concor!'ermos com uma particula desvalios a d:::> nosso esfor– ço para a construcção do grande ed i– ficio que se projecta . ão levando em conta aq uillo que se ha feito em paizes extran - geiros sobre e~te assumpto, bem que nos póde servil' de exemplo o o-ran– de Estado de São Paulo, aonde~xis– te um_ serviço congenere que bem poderiamas tomar por base. Inicia– do na Capital d'aquelle Estado o ser– viço de inspecção medica das esco– las, taes e tão grandes fôram º" fructos beneficos delle provindos no primeiro anno de funccionamento, que o Secretario da .lusti a.não sófa– zi_a os mais rasgados elogios, como pe– dia ao governo a sua ampli ação na Capita l e extensão ao interior. Convem notar que o serviço ini- ci ado em São Paulo, o foi de um modo rudimentar, com quatro facu l– tativos sob a àirecção de um ou– tro profissional tl e r econhecid a com– petencia. A popul ação infantil das escolas de Belem não póde continuar como está, a mercê da falta dos mais co– mesinhos preceitos de hyg iene-des– de a construcção das escolas ao ho– rario das aulas. Entre nós, a não ser um numero mui to limitado de grupos (cuj a lo– tação excedida, é por si bastante con– demn ave l, quer sob o ponto de vista pedagogico, quer sob o ponto de v ista hygienico) , as nossas escolas, localisadas em casas mal apropria– das, não preenchem condição algu– ma de hyg iene escolar. Cub agem das salas de aula, luz , material escolar, divisão do horario lo tação de alumnos para cada aula , acuidade visual e auditiva, hyg iene corporlll e muito especialmente oral, exclusão temporaria ou defini tiva dos alumnos portadores de mol es– tias transmissíveis, são condições essenciaes e primordiaes para que a in trucção corresponda ao fim al– mejado. Precisamos pois, fazer tudo is– to, rudimentar em começo, mas ne– cesssario, de certo. O nosso grande mal, até hoj e, tem sido o sumptuoso. ~ão começamos o edifício pela soli dez do alicerce; vamos logo á bell za das linh as architectonica - podemos fazer pouco e bom, fazemo muito e mau. ão temos em mira a propria natureza que nunca dP.u o jamais dará saltos. Todo o desenvol– vimento é equitativo e obedece a
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