O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

• 30 O ENSINO de teani. E essa longa co llaboração, nn, raça e no indiviJuo, fazem constant,cmente o cx i– to final de todas as suas empresas. J os des– porto 3, como na vida. Vencem numa os que sabem vence r- se nos outros. De Gustavo Lanson, um professo r fran - . cez que lhes ia e nsin a r a cul tu ra ln,tina., os rapazes de Harward, a g rand e uniy cr id ade americana, 'luer iam saber, para avali arem a tal cultu ra , e os r:tpi;'-e de Paris eram fortes no foot- ball. Um trust bilionar io de– clarou que só se convenceria da capac id ade des es latinos ;:mra os neg·ocios, no dia em que um team da Europa meridio1rnl, vencesse o campeões de Yalr, a outra grande universi– da de yankce. Porque ? P 1,rgn c ganhar no foo t-ball , vence r 11 03 despr,rtos, significa ,J j ciplina, cooperaçí1o, olidari edade, i to é, a ltruismo, intelli gencia, carac ter, applica dos ao bem cornmurn , forças que movem o mun– do. Quando cli cgue i :i Beira- mar, e ·tava cle– l'id ido a vol ver n os outro domin gos e nito me ten ho a rrependido . Dos cl11bs mais opu– lentos das g ranel s cicl:id es, nos ma is modestos ![Ue vfto ganhand o o rece o do pa iz, aos ma is humild es que po r a hi se vêrn nos logrado_u– ros aban donados entre alguns rapazelhos maltrapi lh os . . . es e jogo de foot-ball, esses desportos que dão aude e força, en inam a disciplina e a ordem, que fazem a coope– ração e a solidar iedade, me enternecem, porque são g randes e colas onde se está re– fazendo o i:aracter do Brasil. ~[ui tas vrzes vendo-os jogar exulto: an– tevejo um Brasil de amanhii, na a ltura de mandar uma Pquipc victorio a a Yale ou a Harward, d ig na de se medir em esfo rço e ndestramen to, com a gente mais forte e mais c;;,pn z do 111un rlo. A ED CAÇÃO L TELLEC'r AL Depois a educaçito intell ectnal. Foi r lla empre a maior, se não quaú 11, exclusiva– mente visada na antio-a instrueçtto e colar e é a.inda ag,1ra a preoccu1 ação domina~te cio l ovo, que não comp rehe11cl e outra c01sa como vantagem da escola. O idral infeli z que faz o vu lg-o da pe sôa humana, cujo desenvolvimento 11ft0 preGisa ser in tegral, pa ra. er equilibrado , que pode, cm proveito de certas faculdades, não ser desenvolvido em outras, e nell as receber a solicitação ]•remente e exaggerada para todo o rendi – mento po sivel, faz que a pewão ab orvente rlà escola sej a o emiquecimento da in telli- gencia pelos me ios puramente in tell cctuaes. A imag·em é verd adeira: desejav~Lmos faz ei· com os homens e a intelli gencia aquillo qne o creadores de gado fizeram com a raça clm·ham : por selec~io dotaram- na de tan ta carn e, que os ossos, tornado, fr.,o•eis, níw a podiam bem supportar, e partian~se, com o preju ízo tota l da rez. E rro de que vamos voltando porque não pode haver cerebro · e.ffi~az, e~ cor po mofino ; não se atting iriL a n queza 111 tell eclual sem o desenvolvimento me ntnl capaz de a adqu irir e conserva r. Cabeças, já. o dizia i\fontai" ne, quer em- rn antes bem desenvolvida , que bem ch eias. A eclucaçào intellectual ·ubstituiu a ins– trucção escolar, que passou ao servi ço da– quell a, como um dos seu meios. Foi o pro– g-ramma lier bartiano da educação pela ins– trucçfio. Contudo , em nome de prin cip1os el e in11 oyação u tilitaria ou pragmatica , em todos os paizes do mundo se di scu te a que - tão ob edante el a inutilidade de un s tantos conhecimentos, :vlquiri clo. em pura perda, quando outros de maior utilidade na pratica da vida esperam uma opportunidade, que ta lvez nun ca chegue a ser alcançada . .\.o menino e ao rapaz en inam-se cicncias e artc-s ociosas, quando scie11cias e artes ap- , plicadas seriam immediatamente capazc de fazê-lo, em pouco tempo, urna ap tid ão pre– coce e aproveitad a. P ara que algebra e la– tim e não logo uma li ng-ua viva e um co– nhec imento prove itoso ? A resposta imrne– diata seria que a algebra fRc ili taria a eon– tabi lid acl c e que o la.tim tornaria mais radi ca l o con h ecimcnto de qualquer das o-rand e línguas civili zada s. E' uma, mas ~:"LO ó a resposta. A mi ,ão da educação intell ectual nf\O é do tar immedi atamente a creança que se c~n fia á escola dP. ~udo aq uillo que ell a precisa para as nece s1dades da vicia. Seria não lh e dar nada, dii:r-lh e num tempo em que não pode aprov eitar a dadiva que re– cebe. Antes teremos de fazer disso um sim– ples meio. intellectual ele dota-la claquelle ele envolvimento sem o qual não será sequer um homem, quanto mai s um homem men– talmente desenvolvido. O mai s certo pro- e sso de inutilizar as aptidões que se en– tregam á escola seria mantê-las nesse nefa sto preju ízo. Foi por isso que Alexandre Du– mas escreveu num pedaço de papel, que lá está numa das vitrines do llluseu Carna– vnlet: e Porque sendo as creanças tão vivas são os adultos tão estupidos? Deve ser cu]~ p11. da educação>. Sim, por falta de uma P.dncação, digna de e nome, que permittM

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