O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
262 O ENSI JQ ~ - - --- ..,,,.._,..__,.~_......_·~~~~-~~ Graças sejam dadas aos céos, que já pod emos con side rnr extincta ou p elo menos no se u declinio fin a l, no seu ocaso def ini tivo, a crise agó– ni ca q ue tanto e tão crue lmente nos affli g iu . Saciada, de v entre pando, a tred a mensageira da morte no§ deixou immersos na peni vel rnagua q ue no s inflin g iu e foi alem ,/ busca de me– lhor e mai s fr esca ceva. A g rippe epid emica , porém. q ue tantos ma les · nos causou A q u asi zombou das medida s el e sa lvação postas em p r atica pela sciencia meài0a, trnuxe-n os um a compensa– ção (ama rga compensação !) , com o ensejo q ue nos proporcionou, de conh ecer um a sorte de mon stros sem classifi cação n a escala zoolo– g ica, cuj a compl eição moral é a n egação absoluta de q ualquer sen– t imento de humanida de ! São os exploradores da epidomin, os a lgo– zes da pobreza el e prevenid a, esi-Jes individuos desa lm ados que não têm escrupu lo de se aproveitarem da ca lamidade publica , como me io pratico para aufe rir de seu torvo commercio, lucros cxces8ivos ! Sim! São essas a lmas de hy enas em in volucros hum ano!", os pro– fiteus da mi seria r inaute, cuj a ganancia cann iba lesc:i não tem limi– tes e que, tripud iando cyn ica 1ente, impud en temente, sob r e as covas ainda frescas das v ictimas da peste, focinh aram no i:1fortu 11i o a lheio como o su íno na lama á catn de túbaras ! Oh! almas puru len tas! ca r::i– ctéres v is I ig nom ini osos chacaes ! Ante a vossa acção fla giciosa , a nossa indignação não se contem! Dia11te el e vós, oh! vilis1::,imos molos– sos , temos assomos de colera e von– tade de faz er comvosco o que se faz com os r eptis venenosos : esmagar ! -In fe lizmente as vossas almas ophi- dicas vestem formas humanas e as humanas leis não permittem que ao J11enos se vos estigmatiz e com o ferr:o em braza ! Si as leis vos pôem a coberto do castigo que mer eceis, recebei das consciencias sãs um espu to e execreção, como o premio mel'ecido e compativel com as vos– sas acções nefa ndas ! Emfim . .. consolemo-nos ! Nem tudo é perdido, nem tudo se confunde na es terqueira! Os fautores de façanhas taes corno as que venho de verberar são muito poucos e r epresentam um a parcella mínima da popul ação. O po vo paraens e, em sua gr and e maioria. es teve á altura do seu dever. Não faltaram ges tos de altru– ismo e devotamento. Sobretudo a mu lh flr , corno sempre, patenteou-se tnl qua l é : a synthe e de tod as as virtudes human as. Tern a, heroica , a hn egada até o sacrificio ell a, cuja es tb esia é a sup er -humani rnção elos sent imentos, cujo coração é o mais precioso escrinio conh ecido, r eve– lou aquell a p ureza d'alma que todos lh e reconhecemos, que deslumbra tudo e tudo supéra, até mesmo a brancura alvinitente ela luz solar, que dir íamos o symuolo da pureza absoluta, si não r es ultasse do con– junrtomulticolor do espectro, desdo– brado no arco-íris. Josué Freire , """I ""I "! T"'"'I'' ,1 , 111l,l,1.111il, 'il <• Sêde apaixonadamente exactos; vinte cousas feitas a meio não valem uma bem feita." J
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