O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

• O EN 'IRO ~~~~~ Co11fermcia reali:;_,• 11 sob ()S auspícios 1• /Jor dtt,·r111i1111(,io da Liga da D,'{e:;_a ./\'t1ciout1!. e111 20 d,• Novembro d~ 1917. A educação phys i ca, inte llectua l e civica e a defeza nacional F"ALLENCIA DA EDUCAÇÃO 1 ma das criticas ma is in istentes que nes– tes tempo~ de positivismo cientifico se fez ao espiritualismo li terario p1:ecedente ro1 a da fallenc ia da esco la, como meio de rege– neração social. Abrir esco las ser ia fechar prisões, e prepa– nu·, em bases indestructiveis, a felicidade hu– mana. Elias vieram, mul tiplicada , e a cri– minalidade continuou a mesma, as priões empre cheias, se não agora munidos os cri– mino os de meios mai. babeis e culLo s de exercerem o crime. r 11, e colas e nas univer– sidades lograram elles o conhccime11tos ne– ce sarios ás façanhas de sensação, servidos pela physica, pela chimica, podas scienc-ias biologicas: os «contos do vip;ario> ou a <to– caia a traz do pau» são irrisões da incultura, comparados com us 1·aids de bandidos a au– tomovel, '] 'te saque iam bancos, ,·iolancfo os cofres á luz oxb yd rica ou com os sabios mi– crobiologistas que seme iam, nagua dos p~i;.os ou das correntes, culturas de bacilos ty phi– co ou cbo ler igen icos ... Tambem o louvores interminave i ao mestre-esco la que, na pbrnsc de l\fo ltke, ganhara a guerra de 70, serão rnencs en– thusiasticos pe la Europa, e na propria Alle– manha, dep0i da sangue ira desatada desta g·uerrn sem triumpho-que ainda quando injusto sempre permitte ás multidões que amam o successo, a ju tificativa das ideias mais absurdas .•. Todos os valores intel le– c:tuae da nossa civilização, olla me ma que se construira obre elles, vacilla abalada nos seus fondamentos : temos todos o direito o- 11:ando _a inimagi~avel carnificina, depr~dn– çao, ruma que sao o co rpo de delicto da~ ~ais pavorosas torturas soffr idas pela huma- . rndadc, ele dizer_que _não valia a pena Lanta escola, tanta un1vers1dade, tantos livros e tantas phi losophias, se havia de dar tudo 11 a mais horrorosa calam idade que os ignaros tempos barbaros nunca viram . Como aos criminosos modernos, aperfoi– çoad?s pelos novus conhecimentos applica– dos a arte de mal fazer, a humanidadr. in– teira applicou as suas energ ias accumula– das no trabalho, as sunRsciencias adquiridas perseverantemente na paz, ao crime de se en– trem~ta_r, com uma cruel~adc, a pastilhas in– cend1anas, gazes a ·pbyx1antes, líquidos in– flammaveís, chuva de metralha, bombas es– traçalhantes ... que em tempo alo•um os scele– rados J?Oderam sequer inrnginai~ Depois da fallencrn da escola, a follencia global da ci– vilização. Es_sa impressão é t~w acabrunhadora que ó p_rec1so uma t~meraria corngem, a que de– safia a serena ironia, para num momento como este procurar com as causas do desastre a rehabilitação da idéa. generosa que termi– nou nessa immensa abominação. , . Hoave, a principio, um erro fundamen– tal. Confundiram-se coisas diversas, que in– felizmente mu ita gente ainda confunde,– instrucção e educação. Cuid ou-se que ins– truindo uma criança. ou um rnpaz se fazia delle um homem digno. como e pintada. uma casa por fóra, e ainda por dentro, nó, a fizcssemos ampla., arejada, confortarei,

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0