O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

i O Er SINO edu ca i-o para as artes, officios ou outra qualquer cousa d ep en rl ente do valõr moral e inte ll ectual do mesmo. Do mesmo modo tam bem não se poderá comprehend er as razõe,s qu e leva r am o p enultimo Governador deste Estado a extin g uir o curso compl ementar, então existente para educaç.ão dos alumnos d es te In sti – tuto , s em perpassarem pelo espirito id éas desairosas ou menos justas, que motivaram semelhante acto go– vernamental. Dir-se- ia , m es mo , que as bôas razões e o bom senso esta ri am ao lado d esses educandos a indicarem a necP-ss id ad e cios rn es · mos co rno carecedoras de ensina– mentos muito ma is supcriore~ que o curso suppri mido, e os conclu– zi sse rn triumphanten? ente e tr avez d as pbases gloriosas por q ue tem d e passa r a viua operal'ia em busca elo seu maior ape r fei çoamento. Fe lizmente o espirita d e conro r– dia e be nevol encia do actual Gove r– nador, encarando esse acto er rnneo elo seu antecessor, te ve p or bem reparai-o com o restabel ecimento do r eferido curso compl ementar. A educnção do operaria, obser– vada segundo os seus ma is vitaes inte r essés. é um assump to de s unima irnporta nci:i que não se pode rá cir– cum screver n os limite' da simrles educa ão primaria, moral e physica, desde q ue se tenha em vista a for – mação do verdade iro ca r acte r e ela ve 1·clade ira a lm a do operar io, -- e, sn preciosa deusa cio trabnlho que sabe ama ldi oar o in te1·0sse pessoa l por amôr á arte e á Patria. E ·para conseguir -se essa alma , não se deve rrgatear os meios para assentai' e csculpil- a em bases so lidificaclns moldada tanto n a theol'ia como na pratica, e abo li r le vez essa velh :i e carcomidn utop ia toda alquebrada pela excommunh ão dos tempos, que faz depositar nas mãos da creança as ferramentas de trabalho , sem 4ue o seu ,·er ebro es teja desemba- , r açado para comprehendel-as , os se us muscul os apropriados para man eja i-as, e a sua moral apta para conhecei-as e saber app li cal-as con– veni entemente, e collaborar com efficacia para o preparo elo seu bem es tar futuro. E á min gua destes essenciaes r equisitos do ensino profissional , muitos mal es sttêm originado á fe li– cidade de muitos operarios formados em algumas das esoo l'a s existentes, e se tornam di gnos ele commiseração . Um as errantes da in strucção e ela edu~ação, mariposas enc:ancl eiacla s sem socego, voam da s escolas sobra– çn nclo um p apelucho, qu e n ão pode abonar as cr edenciaes cl eYida~ ao tempo do apprend izaclo de suas pro– fi ssões. ~fal clil'i g id o, e applicaclos, sem pouso para h aurirem a bema– venturan ça elos seus di as escolares vo lu teiam em r edo d as fabr icas ~ das officinas , e to rn am novos rumos e nov as r esoluções , indo ter a lo o-a – res inhospitos ou menos apraziv~is que os sonhados pelo verdor de suas mocidades, e cahem, muita s Yezes, nas r egiões ma is execranda s da existencia hum ana. A pparecem-lhes então o sol da r eu licl a cl e, as crystallinas desillusões, a morbid ez do cl osfallecim ento, o amol lecim ento do caracter, e deres– to, o des apego á exi tencia. l\Jas, (i ta rele . .. E lembrar aind a que, para este rc!sultaclo, foram gastos tempo, di – nh eiro e traba lho! Fo i porque o ensino, n ão obede– ce u a uma d irecção escul p id a e ck cu lmina ncia elevada, capaz de tl'a11s– forma l' a ig noran cia numa entid ade c<rn sciente e podel'osa. Fo i pOl'(]UC a escola não teve o seu cad inh o cl~~idamon te preparado para a fu1!– d~çao do c_aracter operaria; pol'qUl' nao possmo o es teri li sador das ma– terias absorventes elo ospfri to; por– que não adquiria o agente propor-

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