O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

230 O ENSINO ~~~~ bares, fita ndo e se aquecendo ao mesmo so l, pl a nta ndo a mesma te rra e co lh e ndo os mesmos fru ctos, bebendo a rn esma agua, nutrindo as mesmas esperanças e cornmun– gando dire ito s e ob ri gações eguaes, -'l irmãos na especie, irmãos pe – rante Deus, irmãos pe ra nte a Jei>> ! O homem não ma is se ri a ve ndido pelo homem, ne 11. aq uelle, por t e r nascido negro, ten a j ama is as ca r– nes re talhada. pelo ch ico te deste, que nascera bran co. D a face alti va de nossa nac,:iona lidade ia ser la– vada essa mancha negregada, que n os e nv ilec ia á prese nça de outros povos. E assi m foi, para nossa honra e para nosso orgu lho. La nçada em te rreno fertil , a se– mente da propaganda germ in ara faci l e abun dan t emente . Como v imos em palestra a nt e– rior, não ta rd o u que a le i de 1870, promulgada sob os infl uxos pa– tr io ti cos do irnmortal V isconde do Rio Branco, viesse a larga r a es– phera de acção dos abo li cioni s ta~, mais encorajados, agora, e mais destemidos em face da li bertação dos filh os de mulhe res escravas, nascidos a começar dessa datr1. A lu cta continuou, mais renhidél , em meio caminho já de victoria completé1. Partidos poderoso na s– ceram de agremiações agrupada , todos empenhados na refrega da luz contra a sombra. Viéra o proje– cto Dantas, que se não fizern le i, e, logo após, a le i Saraiva-Cotegipe , que declarava livres os escrav0s de 60 annos além . Rin cão de homens resolutos. á ' provínc ia do Ceará coubera a glo– ria ela precedencia na extinc ção da escrava tura, qu e foi feita em todo o seu territorio a 25 ele março de 1884. Esse grand ioso evento encon– trara echo immediuto no Amazo– nas, onde se erguera, dois mezes depois, o mesmo a lti sonante hraclo de libertação dos cap ti vos, di gni fi– cando o bri o e o civismo daquelles nossos irmãos do ext remo norte . E a 13 de maio de 1888, sob as accla mações ruidosas de todo o paiz ena ltec ido, fôra sa ncc ionada, pela prin ceza regente, dona Izabel, a lei aure,1 da eliminacão tota l do ele– me nto servil na nossa Patri a. No seio paraense, esse ausp icio– so aco ntec imento foi un an ime e fes– tivamente receb ido. Desde muito, v inha o nosso qu erid o Estado tra– balhando, pelos esfo rços de cente– nas de seus filh os, em prol dessa dignificante campan ha. D'ella fizeram parte, desempe. nb ancl o papel de realce, 1::n tre outras, as associações - «Soc iedade 28 de Setembro,>, «Li ga Redernptora ,> e a «R eac tora;>, ás quaes pertenciam as fi g uras de maior relevo de nossa soc iedade de en tão, cujos nomes a historia regista e rea lç.-i. Em franco apo io a tão nobre em– prehendi mento, tonrnram de logo se us postos, no campo dessa lucta meritoria, os orgãos da imprensa paraense desse tempo-- 1 ~A Provín– c ia do Pará», o 1 <Diari c de No ti– c ias» e o «Liberal do Pa rá». E, e ao Ceará e ao Amazonas cabe a jusfa u fania de jugularem a esc rav i– dão em seu territorio , antes de qual· quer ou tra unidade do Imperio, concedamos ao Pará a honra mere– cida de haver tido esse procedi– mento, antes da le i magna, em um pelo menos, dos districtos de sua capital. .Meninos, - ahi te nd es, em p~da– vras simples, uma palestra s inge la, sobre um dos mais lum inosos pon– tos de nos a historia: fütrae-a atra– véz do enthus iasrno peculiar á voss:i edaàe, pcnetrae-a com os esto vi– brantes do vosso patriotismo :1as– cente, perfumae-a com as flôres odoriferasde vossos possíve is ídeaes ele liberdade, e vereis que, ao me– nos, vos aproveitará a bôa ínten-

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