O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
~ O ENSI~ O :H9 ~~~~~~~~~~~~~~"-"-,..._,..~~~"'""'"~~-~,,.,,.,.~-~ esse tremendo arsenal, apres tado para a destrui ção e para a morte , imporá a todos os povos as nossas theorias e doutrinas em abl:loluto contrarias ao sentimento geral de liberdade e de justiça, nessa ,aspi-/ ração suprema de ig ua ldade p e 'aJ1 te a lei , que a humanidade vem con– quistando por entre noites de desa– lentos e d ias de triumpbos no con– traste ininterrupto da evolução. A g uerra de 1914 marcou uma nova epoca da Hi s toria. O seculo XX é o seculo do espl endor do con tinente americano, talhado para ser a patria da Democracia. cujos fun– damentos s·ão a Paz , a Ordem, o Trabalho e a Justiça. Quando se acompanha, como nós acompanhamos , os factos que d - terminaram a h ecatombe que o prus– sianismo provocou contra o mundo inteiro, sente-se bem que o qu e es– tava em jogo não era como se fa– zi a acreditar, a defeza das a pil'a– ções allemãs , ma s a &rrog ancia ela or ganização milita r e o org ulho des– marcado d e suppos ta s up erioridaae em pról de um id eal de super-civ)– lização, como ga r antia de uma nova sociedad e políti ca e r e li g iosa baseia– da no prin cipio ela força . Confundidos, para o mesmo fím, todos os r ecursos accumulados em 50 annos d e trabalho fecundo por essa Allem::mha extraordinaria , na– da imped ira entretanto a tremen la decepção da sua diplomacia e a d r– rota fr agorosa dos seus exercitas pelo valor mor a l da p alavra empe– n hada na defeza dos tratados, cuj o penhor foi a honra das nações que se lhe contrapuzeram. A luz espancou a treva e o b m supplantou o mal. A dôr e o soffri – mento tornaram il'mãs as almas & - nerosas elos vencedores. O solo, talado e devastado pelas machinas d e destrui ção, embebeu- se do sano-ue dos he roes mortos na lucta, p~ra nutrir, com seiva fecun- da e bôa, a arvore imper ecível ela Liberdade. Nessa horrorosa carnificina, r e– quintada el e atrocidades que exce– dem á comprehensão humana , des– appareceram 14 milhões de homen s :roubados ao affecto e ao carinho elos seus lares, un s, vi ctimas das suas roprias doutrinas el e ex termínio sem pi edad e, 01-tros, sacrificados ao dever e á fé nos destinos dos povos nol·teados pela lu7- brilhante dos principias immutave is do Direito . De que serviriam, após o mal'– tyrio ele Miss. Cavell , brutalizada no corpo e torturada n 'alma, o es– panto e o terror el e ,tanta fer eza , se, unidas as for-ças, consorciados o sen tim entos, conjugados os es– f r ços dos que não obedecem a es– ses processos violentos, não ficasse a lg uma cousa de u til e pl'atico, para resolver , cl 'aqui para o futuro , ca– sos semelh antes~ A uni ão sagrada ele todas as al – mas sãs, nobiJit adas pela relig ião elo dever e elo amor , é a cunse– q uencia immecliata d 'essa epopéa ele soffr imen tos - a g uerra de 1914 - como um protesto seguro , elo– q uente e effectivo con tra as vell ei– clades de predomíni o de quem quer que seja, por mais forte , por mai s temido e por mai s poderoso q ue pareça ser. E m opposição á brutalidade sys– tematica dos exercitas do kai ser , a g rand e muralh a levantada pelo martyrio da Relg ica, pelo h eroísmo ela França, pela tenacid ade da In– g laten-a, pelo genio da Ita lia, pelas legiti111~s asp ir ações da Ser via, da Rm1: a111a e de l\Iontenegro , pela g lol'1osa fama de Portugal, pela cal– ma r eflecticla -d Japão, Jle la since– ridade at loro a elo Brasi l e, final– mente, () la elo uencia dos Estados Unidos na 'justJça e no direito da causa elos alli a los. Terminou, fe li zmente com a vic– toria destes, o cyclo de h~rrores que
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