O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
• 18 O ENSINO lhe appareça como ingrato meio de vida. Fazer o alumno amar o seu of– fi cio , ter como que uma idolatria pelos segredos d e sua arte, es te é o fim para q u e foi crendo o Insti– tuto , este foi o ideal de sua organi– sação, infelizme nte descurada d u– rante a lg um tempo . tão raro se -vê "filho3" do Instituto , sabendo um offi cio sem pratical-o, dizendo que penetrou os humbra es des ta casa porque seus paes eram pobres e não os poderiam educar, que ap r ende•• ram es se officio porque a isto fo– ra111 obrigados, mas não o amam, não q u erem exercel-o, indo procu– r ar a vida em outras ingratas fls ph e– ras de ae;ção, com esp1:cialiclade na b ·,: ·ocr ac ia, onde muitas vezes Yão occupar car g os de inferior condi ção, ~onvindo obs erva r q ue muitas vo– zes agu em dos seus mcritos, de sua educação e mesmo do sou cul tiYo inte llec tua l, adquiri do aqui . Tudo i to , porque não se ensinou o alu– mno a qu erer a sua arte, a se11tir-se di g nificaào com o homoso nome de operaria. Eis a r azão porque concord ei q ue o ensino n este estabelecimento não se ja amoldado em tudo ao mi– nistrado nos g ruJ os e$colares . Com prazer me manifesto de ac– cordo com os no-vos processo elo ens ino intuitivo. especialmente nu– ma casa as im. Aclm itti t' livros que a palavra do mestre pod e supprir, é contrariar assentados principias pedagogicos criando difficu ldades ao proprio ensin o. Parece-nos ter lido algurns: "A g ramma tica n asceu da li ngua e não a lín gua da grammatica". Estud ar a lingua é comprehen– del- a,..saber o que se lê, interpretar o sent11nento de quem escreveu, sa– ber fa lar bem e exprimir bem o que se pensa . Dizer ao alumno: decore as re– gras du1n compend io, r es tring il-o ao que elle ensina, muitas vezes con– trn as idéas do professor, é diffi– cultar o apre ndiz ado. A mathematica é sciencia iuva– ria vel. As parcell as sempre darão ~ mes~o total, o jurn de uma quan– tia sera sempre o mesmo, procure – se a sol ução por esta ou por aqu el– la formu la. Portanto, ao criterio do professor , deve ficar o ensinar me– thod icamente e pelos processos mais simples. Não se dispe_nsem o Atlas, o map – pa para o ensmo da Geographia, os quadros chorographicos p ara 0 de Historia, os modelos p?ra O De– senho, o livro para a Leitura, mas que se di s pensem as gramm a ticas, as arithimeticas, as geographias , quo a palavra do mes tre pode sub– stituir desde que orientada á luz da moderna pedagogia. Os li vros, sobretudo os de leitura devem se r fornec idos com escolha' cdteriosa, os mais uteis e que fa lem ao sentimento patrio da creança. A despeza a fazer com as g ram– maticas e arithrneticas de qua lquer auctor, torne-se a mais util , adqui– rindo utens ílios para o ensino pra– tico e rac ional como in strumen tos lJara o de desenho applicado ás ar– tes, quadros para hi storia natura l, etc . E se rr.. e fosse dado Amittir a minha opinião d iria que desejava sempre que o Es tado tomasse á sua
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