O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

O E 'INO 183 ------------~__,....,..,.~-~~--~-~ d e uma gloria immol'l'edoira , pa1:a collocar-me na classe, na mol' acl1a do. deuses? . .. Effectivamente entra11 1 os no pa– lacio à e J upiter . No fundo, um vas– to templo de onde nos v inha um sussm·1·0 que pouco a pouco se '.'1 1- te r ava, tornando-se um rumor 111- contido . Depois distinguiam-se vo– zes, declamações cm riue fuzi lavam jactos de alto saber-c_larão q u_e ill~– mina e deslumbra , r efmacla sc1encia - mas sciencia que se não pode attin– ,,.ir pela insufüciencia rias forças es– pirituaes. Creio que o ancião compre– hend eu o meu ges to curioso, pois me foi diz e:1do: - Olha, filha, ainda se não encontrnu um meio d efinitivo d e mat a r a tolice hiimana l>atida p elo g rand e_ Balzac. Aqu ell es ho– mens ince nchdo pretendem arran– ca r cl'aquell e cháos, d' aquell e tumu l– tuar el e idéas , entro metralhadoras e ca nhões, um novo mun lo P-m que a immorta lidade se agite. Utop ia ri – dícula! ... ão é af[uillo uma es pecie de Tabernaculo ou de \reópago – "onde se estuda e se adora como as duas expr essões supremas da ra zão abe l'ta par a a luz. »-E uma nov a Torre de Babel que teve sua base 11a perfídi a e n a trahi ão e que por isso mesmo lia de cahir corroicl a por tão r epul sivos vermes. Vês aco lá, aquel– le poeta declamando, acclamado pela multidão? É um visionaria! São vãos todos os seus esforços pa– ra r emodelar aq ue1l a na ão, e onde impera a injustiça, a ar!ar chi sação, e onde não ex iste se n ão a ympathia– a a lli ança das almas ao menos a fl-a– ternidade - signa l definitivo ela har– monia entre os homens. Vês a ind a como o ch efe cl 'aquelle paiz se mos– tra impassível e sere110 ante o fla– g llo que conturLa aquell e povo, quo se contorce em agonias, geme, clama como todas as profundezas moraes? Pobre povo, redimido pelo soffri– mento, como eu desejava afastar de ti esse quadro tenebroso! ... Oh! é a g uerra! - Fermento abo– minave l que se accumula no coração Jos home11 s como a clectricidade nas nu vens, como a furia no seio dos ele– mentos! Destruamos a g uerra-essa força improfiqua que se er;_ge cm poder , iniquidade 01·ganizada, domí– nio legitimo da ambição e da vin– ga nça, coisa tremenda que co'.1tur– ba as conseie nci~· pacificas ao peso do seu ins uppor Te l pezadello. .Mas p a ra acaba r com a uerra no mun– do, é n eces a l'i o que a 11niquilemos as tres paixõ<.::s dominantes no clize l' de um philosopho : «a paixão elo ouro, a paixão do pod ei·, a paixão sensuab Jamais haverá uma conciliação entre os homens, porque r einará semp re entl'e elles, a confu são da vaidade, ela discordir1, cio d espeito. Os mais fortes e illuminados procu– ram anciosamente emp an a r o brilho dos ma is apagados, e estes, por s ua v z, só cuid am d destruir os mai fortes. Queres tu ficar na moradia dos deuses? \qui encontra r ás uma fonte de ensin amentos e experi en– cias.--Senhor , eu não aspiro g loria e nada tenho feito para merecel-a. Tenho um id ea l que colloquei muito ai to e tudo o que não for esse ideal, eu ponho d e parte. Tudo me é in– differen te n sto desvio que o meu esp íri to tomou na v ida. ão me posso con form a r com a imperfeição da hu– manidade e entre ell a n ão podem ter esplendor as minhas acções. Ve– jo todo tão triste e tão desconsolador! A Humanidade cad a vez mais ct eo-e– n erad~ e ma is falsa; e sempre tão mesqurnh a ! A Alegria, o Prazer a Opul en cia, affrontam a Mi":leria '. a Saúde e a Força se ostimtam s~m piedade diante da Fraqueza e do Infortunio; a ~[aldade e as Paixões escanda liz am a Innocencia! - Mas espera, filha, qu e direito tens tú de desejar que a Humani– dade seja perfeita, q ue ado r e a Jus– tiça, o Amor e a Bondade como o. espíritos celestes?! Tens tú, porven- •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0