O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

O ENSINO 179 ~~~~~~~~~~-~~~~~~~~~~~~~~ macia! o d e r econhece r e amar a Deus! o conh ecimento de todo o 1·espeito e g ratidão que devem a seus paes & mestr es ! o a lca nce de todas as obl'igações e direi tos, que mais tarde ter ão como membros da sociedade. A Educação bem ot'i entad a im– põe dever e::; de moderação e urba– nidade elos proprios superiores p r1ra com os in feriores. Um celebrn moralista formulou a seguinte maxima :- « Nos superiores - a indul gencia e a a ffabilidad e são virtudes que lh0s custam pouco e lh es rend em muito » . A Hi storia , « que é a g rande mes tra da vida », nos aponta este facto positiYo e edificante : - Estan– do um dia o cavalheiro ing lez Wil– liam Goels. gove rnador da Virginia, ~onversando com certo commercian– te do paiz em ·williarnsburgo, pas– sou um preto que o cumprimentou, e a quem e ll e immed ia tament.e cor– respondeu. Vendo is to o negoci ante, exclamou: - Pois v. exe. baixa-se a saudar u 111 escravo ? » Certamente, respondeu o gover– nador, porque havia ele sentir rnui– lo que um escravo se rnostrasse mais attenc ioso e delicado elo que cu J>. Segue-se dos p rin cipios e cios factos expostos que não consid er a– mos como melhor Educação aquella queé regulada por disposições legis– lativas e planos regulame11tares; mas s im pela que se faz desenvolver pela pratica dos cuid ados physicos, dis– ciplin a moral e intuitiva, e amor á ordem. E educar - n ão se1·á com cffei to amp li ar larga o in tuitivame nte todos estes predicados ~ ~ Dai-•ue um po– vo instrui do, e eu vos darei um po– vo livre », disse Kapo leão, o Grand e. Nós, os Yelhos preceptores, di– r ectores de estabelecimentos lecti– vos, officiaes ou particulares, g iran– do em esphern mais Ji111itaclas e modestas, clizelllos apenas: dai-nos meninas e meninos, j á um 1.anto ed ucados, e en~ouco tempo dare– mos á l'atria ur~)halange de jo– vens instl'uidos . uteis á coll ectivida– de e a si mesmos, Proceder bem! - e is o principal caracteri stico de toda a pessôa fina– mente edu<'acla. Procede i bem! é a apostrophe que tambem vos dirigi– mos. Procedei ue rn ! porque a melhor Cl'edencial de uma pessoa, pernnte os homens se nsatos e esclarecidos, é a sua conclucta. « Cada um é as suas acções e não outra cousa », disse o padre Vi– e ira. E accr oscentou: « Quando vos perguntarem quem sois; não vades revolver o mobili ario dos vossos avós; id e examin a r a ma tricula das vossas acções : - o que fa zeis , isso sois, e nad a mais ». • Quru1d o ao Baptista lhe pe r– guntar am quem era, não disse que se ch amava João , nem que e r a f i– lho de Zacharias: não se definiu p elo appellido: só das suas acções formou a sn a definição: Ego vox cl a1nanti's » . Terminamos, portanto, repetin– do-vos a inda: - Procedei bem, cer– tos el e qu e , o que hzois, isso sois ». BERTOLDO NUNES « Insp irar synipathia á creança, respeitai-a na sua dignidade, suscitar o seu 1nteresse, o seu amôr proprio, dar-lhe confiança em si propria são recµrsos impres– ci ndíveis para o seu desenvolvimento ~- •

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0