O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
1 • 14 O ENSINO ~---~ Programtnas li IIIII'!: I'!! Ili! 11n '11,"II :--1 !i!l 1'11' .111:1•1:m11:1!1'11' lllnlllllllllllll.::1·,111· I', J á é tempo de irem cog itnndo as auto – ridades superiores de ensino nas reform a; dos actuaes prog rammas dat escoloE primarias. Se as frequ entes modificações dos pl anos de estudos trazem ordinariamente desgostos e despertam má vontade aos pro fesso res, pelo accrescimo periodi co de serviço que lhes acnrreiam a proxima mudança, ao co ntrario , é esperada e desejada por .quantos ensinam. Nfw que os act.uaes programmas sejam in te ira mente peiores que. os anteriores, mas, porque, entremeiados de bôas idéas e de errns, muito mais difficil tem sido estabe– cer co~n elles a de ·ejada uni fi caçí:lo de en– sino. E' occasiào, poi , de começarem as pesso– as de res pon abi lid n.de a meditar nos desas– tres que têm sido os progra.mma reformados rlefon:l en cambie, abstractamente , em gabi– nete, organizados segund o ídéas preconce– bidas e de acc ordo com superstições de um como in tin cto 'de symetria intellectual, de arrumação a tod o tran se. T em-se querid o mobiliar a cabeça dos escolarPs com os tras– tes mais di ver o , e " que e. tem co11 egu ido ào verdndciros belch iores. A memo ri a de um pequeno ba charel da escola primaria e\ á fo r– ça dos prog-mmmas, 11111 pandemonio de inu– tilidadrs, uma especie de porí'io de theatro . ];:stud:i- se muito pnra aprender pouco, e o desperd ício de ene rg ia, a sobrecarga men– tal que se impõe :.is creanças chega a cons– tituir, perante a nossa con ciencia, um crime ele lesa-j nventud e. l''orçoso é co nvir que os programmas síi.o de si mesmos coisa má; um prnfes~or bom é o melh or programma. Mas j á que a ne– cessidn<l e de unifi cnção pedagogica o ex ige, trate-se :10 mP,nos de reduzir ao minimo os incouvenientes grav i~simo q11e a pratica do pro ressoradu está todos o dia Pv idenci– andn. No Brasil, como nos paize de cultura latina em geral, o maior dos preconceitos é que tudo que se diz, que se pensa ou que Stl fn z ba de for ç.osamcntc ser enquadrado ou no positivismo ou no spencerismo, ou cm qualquer outra moldura phil osophica ou pe• dagogica. 'I'errivel co isa é o ismo! P or elle, to1·eem-se tis id úas, comprime- se a esponta– neidade, moder a- se o e nthmia smo, r e freia-se 11 boa vontade. H a prog rnmnrn s de e nsino or ga1C1. izadps de a ccordo com o gos t.o da numeros:u; cor rentes mai s ou menos phi lo– , opbicus, sem que se pen e que ão ves– gas e pnuco e ffi cien tes todas essa s ph iloso- • ph ias . T e mos e voluído , pe rcorremos toda· a~ modalidades do se n a t o e do insen ato, pas– sámos pelo ridí culo e pelo rnn.g·nificie nte, pe– lo estylo dori co e pela sumptuosidncle do g n– thi co e finalmen te ch cgámns, e1;n nrte de prngTn.mma , a lan ça r o mng iste rio e m uma per e nne in ce r te za, t>xi g indP- lh e es!'orços ex - cess ivo e nã o compensados. . E ' tempo de empunha r a esponj a r edem– p to rn. Trate- e ante de tud o de n t regar a orga nização do prog rammas i't gen te cio _offi – cio. Só os professores serã o capa zPS de rn s– t ituii- normas pa ra o e nsino; anel a r buscando ge nio s rlc pl agas a lhe ias para. preg[lrcm co i– sas nu vns, eva ng-elhos ul tn1 re cc>1t tes e y or de ma is magnifi ·os aos mestre c11 canec 1d n-– no labo r do e n ino é pPrseverar em u m er ro la mnn tave l, a q ue devemos muitos fraca so . De pois, de ixe- se bem clt1 ro q u o p1·0- gnunmu ní'w l, a. de ser u ma a rmadu ra ele ferro para modela r p on tos e sebea tas, ma;:. apenas u rna taboa de lim ite~, um esboço de dimensões e _de graduação . Di ga- se o que se deve e nsma r, mas n ã o se que ira r edu– zir o e n ino a uma. unid a de per fe ita , qu e nuncn se poderi'L consegu ir . Qua nd o o pro– g ramma desce a minucias exces ivHs, cle i:rn de e r um g ui a , pa ra. con t itufr um fardo. E nã o se pc!ça aos p ro fesso relil que o r– gani7-em em alp;umas pa.g inns o pl nno c~c u ma e ncyclopeclin . Prec i amo t ira r dn e n 1- 110 o caracte r li vr e co qu e tem t ido, pnr.a l!Ue a escola se.i a r 11.lm n te uttl, e o e n ino encyc lo pedico, de omni i·e scib1li atque qvi– lmsda,n aliis ,-t', pódc se r livresci\, e mui to li vresco. (-lua nclo e t ncl amos com ntle nção e in– vestiga.mos com .1.mor, e panta-n os a falta de senso que p1·<'1iide ordina ri a rneu te á or-· gani zaçí'w dos p rog-mmmas, sej am prima.ri – os ou secuud ari o. . ~a ·escola prima ria é que
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