O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

L:. O E SINO 14ô pro vas de lrnbili taçào, foi 11omeado para o lrgar de lllestre da officina de alfaiate, vago com a disponibilidade do snr. Luiz da Sil va Pingarilho, o ex-alurnno deste Instituto, ·nr. Benevenu to de Moraes Ribeiro, que, infelizmente, tem estado gravemente doen– te, vendo- se por isso esta directoria. priva– d1, do su u proveitoso concurso. O Instituto Lauro Sodré, como tudo que, evoluindo, se aperfeiçôa recebendo o influ– xo bene fi co das novas co nquistas scientifi– ca , applicndns a minorar os soffrimentos proprius das conting·e ncias humanas, na or– dum physica, mas 4ue um1L comprehe nsito errada ou profundamente egoi~ta trans fo r– mou em supplicio para os que confinran, demais no direito e na justiça, tem de cum– prir o seu (lestino - preparar opernrios co– nhecedores do seu officio, sendo o que ele ve se r - escola profissional - e não créche, a~y– lo de mendicidade, colonia correcc ionnl, hos– pital dP caridade, etc., afastando- se do es– copo visado. Muitos in convenient es decorrem da fa lta de ente ndimento dos in tuitos desta in sti– tuiçf10 por parte dos paes, tutorns, protecto– res e emriin de todos 11s respo nsaveis po r crianças internadas nesta, casa des tinada á pobreza. Um menino, com 11 a11nos, idad e taxa– t iva du Regulamento, viciado, cheio de defe itos que a rua confere, mal educadl1 nmfim, Cl'mo nqui existem alg uns, é um ele– mento perturbador e profundamente dele- 1erir, que precisa a l1ygiene dn colonin cor – reccio11al. Um alumno de bôa indole, morigerado, mas de 7 a 8 aimos, é um p1·ejllizo, por– que 11üo póde ser u tili zado nos \'!\rios ser– riços d11 ca a, como os outros, dando-se uma desegualdadt- de tr11tamento, o que 11ào ó justo, n sem que se lhe possa entregar as 'erranrnntas prol'rias do officio que nit(l sou– be escol her, pc•r haver g-rave inco nveni entes. Um candidato doente, ma com attes ta– do de saude, irnpaludado chro nico, co111 an – kilostomo duodenal, anemiado por varias eausas, alquebrado, sem energia para o tra– hulho, ap.•thico, sem rivacidadc, corno se póde verificar aqui um ou outro specimen, 1: nm mnl inomediavel; para o 1,ospital se– ria o caminho. Sell(lo o Iu stituto um intenulto, é cons– tanto o pedi ,lo de sahida por parte dos ir,te– ressado . a p1·etexto de qualquer futilidade, mesmo de um anniversario de parente ·affim. Ilouve uma senhora que e mpenh ou g r11nd es esforço s junto a V. Exc. para con– seguir a matricula de um tutelaJo; obtida esta., e depois d e u ma emana de estadia, reque re u a que ll a o des ligamento por te r d e sahir do Estado, o que até 1,gora nií.o se realisou, e j á vne isso b a mais de an no. D outrn ca rn e i, que é característico. O me nino }i'e rnanclo Lopes, com nl o·un8 dias apeuas de e n trada, comnwtte u uma faltn qualquer, sem mai · importa11c ia . O casti– go íoi cap inar, co1 utro s que o faziam de mutu proprio, um, nr te ,clo jardim, das ;l :is 4 1/"!. h oras da ta rd e . A$ cinco h orn.s, por occas i[w do banho , o e ducando nilo f'oi encon t rado: tinha fu g·iclo, fac to ciste que Aqn i é muito raro . A mãe cio ed ucando, cn1 vc :1. de corri– gil- o, co n seguiu clesli,pl-o. l Para um col leg·io qui, recc e cr ianças d e todas as proc ed e uc ias, sem fi nlisaçào mui• to rigo rosa das flxigencias r ulamentares, onde uão h a castig o co rporal, etnprcganclo– se mnis me io brandos para :i r e pressiLO das fal tas e ex emplos sa lutares de praticn de uma educaçi'lo mod esta, mas ('l"OY t'itosa , em que o aftccto e o car inh o e ntram como uma n ecessid ade do trata me nto cios que aqui vive m , o director precisa do a poio e da in tei ra confia nça d e que m o incumbiu de uma tão di ffiei l e d eli cada mi · ã o. Jo desempenh o elas m i11l1 aii funcções, aux:i li a1,do os bons iu t uitos desta dirnctoria, é de ju tiça referen cia es pec ial para os s nr •. Raymundo de O live ira Machad o, o fiicial da secre tario., o Mano e l 1fore irn, ca pataz . R,:g is to com pe zar o fa ll .,.c im •nto, no di,l 13 de julho findo , da octog-e11aria :Mari e Daubon, frauceza, e 11 g-ommade ira li a muitos annos n e · te estabelecim n to. 'l'race i com fid e lidad e uma sy uthese do ~ue é preci o que V. Exc. a iba e do qne mte rcssa fazer com urgencia n o ln t ituto !-'auro Sodré - r ecolhi me n to d e educnção e mstruc,,ão que vive com a s imp li c-idade e com a g ra nde za moral do seu patrono, p e rpe– tuando_, no cornçt10 da s cria11 ças que nelle se abng-am , toda a gratidão d ns a lmas r e– conhec idas . Ce1:to d e di a m_ais fel izes parn a nossa terra, e com a maxuna ntisfacção que aprc– s~n to a V. Exc. o pe nhor riu. minha nlicla– l'led ade_ e n seg_urauça da mi nha d e di ciu;ão e res pe itosa cs t1nia . O di r ector, Dr. Antonio Marçal •

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