O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
• 134 O ENSINO O povo é tanto como a creauça : a sua, acção no seio da linguagem é in– stinctiva e Í8 enta de p reoccupações- nã o t em por seguro objectivo a. melh oria do sentido da expressão corrente. P ar ece-me que a theori n. ue Bréal , má,u grado a, Cflleuma que levanto u e a opposição que a ba niu quas i tla.s moder– n as tentativas de syste rna ti;,;ri,ção sema n– tolog ica, e aos elx:a eros dout rina rios cios seus seguidor • a inda :i. ma is res– peitavel e que ma i :;atisfa.z, a o esturlioso, por melhor ass~nte na observação psy– chologica dos actos. t\'ã o se p · e a bso luta mente prescin– dir da influe eia individua l na formação el as línguas Se essa nu ni!estações psychi cas em numero os ca sos nã6 revela m, na. essencia , u cara cte r perfeito de con– s cicncia , por outro lado nã o são mera– mente producto do inco n ·ciente. A vontacle opora 110 principi o gcne– ti co desses phenomenus . Nã o a « von– tad' ,, delimitada e elimina toria , mas a4.u. lla « vontade obscura ., , ja referida , de que nos fala Bréal, e qnc estahelece, por mysteriosos meios, a ma ior ou a pos– .·ivel regula ridade elos phenomenos da palavra. Sendo assim, o principio <la ut ilida de explicaria a penas os phenorn enos de or– rlem [iteraria , que são todos conscien– tes , e uma ou outra ma nifestação ospo– m di ca, de ca.racter por ular. Seria melhor , me pa rece, fundamen– tar o sentido geral desses phenomenos 110 processo semi-consciente da-com:e– nienrici actual . . . Os dois conceitos pa rece confundi – rem-se . Porém, cnn1:enie11t ia nt°LO é o mesmo <111e utilidad ·. Para que esta sirva de norma, neces- 1,ario ·. que haja con ciencia completa nas t ra1ts l'ormaçõr,s serna ntologicas.Ora ,oon s cienoia claramente discerni vel <lesses fac– tos não na pó<le pos uir o vulgo, ex tra– n ho á prooccupação exclusirn, consta nte, nhsorvente, ele exprimir fl"ª mmatil'Cllnw11- 11·, literariamente os seus pensamentos. Ademais , não se> póde conceber nas línguas primitivas, em Yi a. ele desenYol– v imento , compa raveis a o ma is crespo liugua ja r do n1lgo , actua l, um processo consci~nt e de correcção, p ela subs titui ção de uma fó rma por out ra, objeotivando a utilida de da expressão. Seria suppor a r ea lida de ele um sy s tema nos primiti– v os processos evolutivos das línguas, o que, no dizer de Shi a ta rella , equi,·ale– ria a, da r pa te nte ele sabios a nns po– bres selvagens .. . O principio de conve niencia nã o se li ga di rect,a e ·treitamente 1:í. psyche do in– dividuo. E um processo norma l da língua , e uma « t endenoia ( 4 ) generali?:a dora >>, ora consciente ( entre os emdit os, eso ri– ptores, g rammaticos , belle tri ·t as ). ?rn inconscien te ou quas i, e nt1 e as p essoas elo povo. As s1.:bs titui ções e modifi cações s e– m nti cas correspondem, por tanto, cLuma, preoccupa çã.o melhor-adora, impos ta por um principio ri goros o ele utilida de, qu e concorra. pa ra o a perfeiçoa men to ind efi– nido da linguagem. Esses faol os sã o explicados pela «ten– rl enci,L» que a língua possúe "el1J s i' ' de a ba ndon a r certas fórmas, embo ra ,·ale– clia s, por outras_, nã.o visando 11111a fi– na lida de conhemda . O desequilíbrio a ppa r ente m i mobi– lida de do lexi con deno ta a e la.bora çã.o invi s ível e paciente ele phenomenos s up e.– riores, que escapa m ás pesquizas act11 aes. É ma is por es quecimento casua l, ou fata lida de ele " momen t o" - em todo o caso -con1:eniencia expressiz;a act11al - que cor ta. pa la vras e expressões desap– pa recem cl_o ~orpo do idioma, fi cando on nã o s ubs titmdas . U m do s factos que pra t e nteia m a certeza deste prin cipio, é tL r eYivisce ncia na ling ua ]iterari a e , ·ul gar de nfto pon- (, ) - Emprego n pa lavrn • tc nde nrio ·. nn impos– si bilidade d e e ncontrnr outra que exprima com pre– cisão O 111eu pensamento. Eréa1, con1 razão, criticn o continuo e mp,·ego d esse nome, com 1·eferencin aos phenomenos liug uisticús. • Tendencin, dns palav rns ... escreve ncptclle nulo >'. Nncla ma is chimer ico . omo poderiam as pa lavras possui:· t end enoias ! • ( Ess. tlc sem., 'l.• C. IX ).
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