O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez

• ORAÇ- O Á INDEPENDENCIA Salvé , Indepen ncia, - id eal ex– elso, aspiração s npitel'na, fe lici- dade maxima d povos! Admiro o t poder , ó fon te ge- rndora de tod o progi·esso humano! Admiro o sterio de tua força so– brenatural, llimitada, inamolgavel, que domi o homem, que vence as multidões, 'lue subjuga potencias, <1ual tempes tad e formidnnda, ani-:– q uilando governos, dilacerando dy– nastias, abatendo thronos, clesmo– rouan<io torres ameiaclas, desbara– tando tropas,-e construindo paizes, e trabalhando nações. Doutou-te Deus com algo de sua 0111.nipotencia o d , s ua justiça: ao sopro vulcanico de L..i.a cólera, ruem os domínios mais pL'epotentes, alicel'çaclos e feudaes, -e senhores após se tornam os hu– milhados da vespera, que levantas, sobre as azas de aguia colossal, á luz da vida, á luz da historia, á communhão uni versa l elos g randes e dos fortes. És, cet·tamente, a palavra mais rica do vocabulario humano : em cada uma de tuas sy llabas refulge uma constellação , a cujos raios of– fusca ntes o mundo todo se agita, af– fla as azas sedentas do espaço, er– gue o dorso opulento e sci nde os ares infinitos, num vôo Iiberrimo e arrojado, á conquista da g loria, dos triumphos 11 laureis, que só alcança quem é culto e quem é li vre . Na cadencia mus ica l de tua doce pro– soclia, ha o mystico seg l'edo da har– pa de David, ann unciando á mul– tidão christã a benção do Propheta; ha na tua prolação harmoniosa o inúrmuro peqJassa1· ela viração ma- 1inal sobro a ról'idn pellucia das campinas verdes, Yerd es como as espernnças que despe1·tas e realizas; na tua essencia intelligirnl se en– quadra, em toda a multiplicidade de seus aspectos, nas complexas va– riantes de sua viva emotividade , a natureza inteira , com todas as suas luz es e as suas sombras, desde o noivado da aurora á Yiuvez da noi– te, desde a innocencia ela vit·gem ao crime do canibal do riuombar do trovão ao respirnr d&s flores , das caricias da brisa sobre as on– das aos es teagos cio venda vai na flo– resta, das forças indoma veis ela ma– teria ás tendencias naturaes de uma cl'iança, das innocuas e gracio3as re– br.ldias da infancia á conflagração unanime de um povo. És a hostia eburnea das civili– sações: és a cathedral do civismo, onde se queimam, em holocausto ao culto da liberdade e do direito, as ambições legitimas das popula– ções escravizadas. lndependencia !- ós o genio do homem, fazes parte de sua massa cerebral, és os globulos Yermelhos de sua circulação: sçm ti, o aniqui– lamento, a morte ! Es a evolução, a perfectibilidade, o proprio instin– cto dos sêres ; és a brnvura das ar– mas, os milagres da diplomacia e as victorias do talento. Independencia do Bra. il ! pe– nhor mais lidimo e sagrado de Yinte e cinco milhões de bras ileiros, - re-· sumos, no esplendor de tua magn ifi– cencia, o trecho essencial e mai s faustoso da historia de nossa l'a– tria. És o quadro vivo da pujança sempre moça e sempre heroica de

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