O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
O ENSINO ,9 ~~~-~~ va-se em altas pilastras solidas, em espessas paredes alvejantes, corpo– rifica-se toda e se compl eta, enga. lanada de fl ôres e de folha gens ver– des, engl'in aldada de bençãos e de applausos, coberta de acc lamações , em que. in teirn, uma popul ação vi – bra e deli ra . Agora, olhae ! Seus vas– tos sa lões hospitaleiros, r epletos de ar, de lnz e de hygiene, abrem suas portas lar gas á infancia desva lid a e recebem, cariciosament.e, no seu seio confortavel,-bem como o doce Nazarethno ao penetrar J erusalem sagrada,- as debeis creancin has que a sorte refugár:=t, 0s peque!linos fi– lhos do infortun io. Lá dentro já for– mi gam centenas desses mirrados r e– bentos da orphandade o <.l a desd ita, protegidos, então, pelo al tru ismo do poder publico, que se er egira em edifi cio para abrigal-os, e se trnnsformara em. pão para o corpo e pão para o espír ito. Quasi me io seculo h a passado! E esse monumento, es a obra bi– zarra, cuja construcção, material e moral , a todos infunde admiração e_acatamento, aqu i está, de pé, v icto– r10sa, bell a e opulenta na sua ar– ch itectur a magistral, como na sua re– demptora missão , ostentando, no á– pice de sua frontaria, como uma aureola de gloria, o nome quer ido de seu ma ximo ed ificador e patrono. « Talhada para as g rand ezas, P'ra crescer, crear, subir »,- é esta benemerita instituição a gran– de officina das lettras a o-rande of- , b ficina das artes. Granítica contl'a.- dicta. á conclusão da sentença q u0 doutrina « termos todos n ós os nos– sos pobres, · e os pobres não terem nin g uem », acolhe. e ampara os t en– ros e ngeitados da fortun a; aqu ece– os aos mornos amav ios de sua pie– dad e; enxuga-lhes as !a o-r imas e a . . b fr?111'~ ro!·ej~d!.. a inda do relento da m1sen a; sacia-fües a fome e a sêde; embala-os ao som de su as bl:mdicia maternaes; fa l-os adormece r ; vela– lhes o somno, tranqui ll o agora, e po– voado de sonhos côr de a lvor adas .. . Desperta-os depois , q uando a au– rora cl esabotôa, meio recl inada so– bre o n e vado leito do horizonte, as suas primeiras petalas r osadas . .. Am im a-os, conforta-os, oscul a- lhes a face e co lloca-lhes nas mãos o li– vro e a ferramenta. E o trabalho começa, pelo estudo e pelo officio. Hoj e, eil-os aqui, os miseros des– amparados de hcntem ! Cr esceram, estudaram, apprend eram. Conquis– taram, na escola e na officina, um duplo d iploma que os in gressará na sociedade e nn vicia , na communhão dos h omens e na communhão da · icléas, como mol eculas vivas do or– ganismo nacional, capazes de fun – cções u teis e de sãs vibrações pa– trioticas . São operarios qu sabem lêr e escrever, que sabem pen sar o sentir. Beberam, no ensinamento as virtudes moraes e civ icas, os conh ecimentos indispensaveis ao homC'm e ao cidadão. São novos es– tatu a rios do progresso, que vão jun– tar- ·o a muitas dezenas dfl irmãos seus. sabidos desta casa, em annos flUCCl'SSi VOS. A. pallida.s li nhllS indecisast que '
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0