O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
O ENSI ro ll!l PARABOLA .A.:n. tecipaçào A infanci[L é u111a diviuaa nt-ecipaçü.o. Nesta observação p .·ycho logica ha u;n mundo ele e ns inamen tos pedagogicos , mo– ntes . economicos, so<.;iues ... de que se póde tirar immensu vantagem. Porque até hoje o n osso br0uco ente nclim eut,o rle homens se tem comprazido em faz er tias cri anças crianc;u ·, 'l ua 11do ellas que– rem, e são, no seu e nte nde r, gente gran– de . .Pirralhos de quatro e cinco annos -fa zem de pa pue P mamãe e se mettem , en m ; nage » : jií. v i tloi .· dc ita dinho ·, na cama, para fing irem melhor . O brin– co de bonecas é arremedo da materni– dade . Os pequenos montam a eavallo, dirigem carros -ca deiras, comnmndam sol– da dos de chumbo. A fabula do «uovello d e fio », que cortado ia adiantu.ndo a ida de com os desejos. é symbolo clessu s ublime impacienci a . A's crian ças n ão in tcrcs a o que fa– zem outras crianças, mas o que fa1. a gent a dulta . Os contos infan tis n i"Lo dev 111 ser hi storias de outros u:.e ninos, mas aveduras mam,·ilhoF:a · do que el– les querem e seri."w um di a . Nc:io uma ,Ldmoestação prolongada; um pequeno drama vivido. Nas esr.o las a imitação dos maiores, imitaçfw ou educç~LO mo– ral e civica das res pou sabiliclades é um e nsino effic az que comrç.a numa rli s tra– rção interessante. Sei duas pequena · historia~ que il– lustram essas generali zaçüe . Offercci certa occasião ,i, pcr1ueua JiJlizabeth , filha de 11lll am igo, unm for– mosa boneca do seu ta,1mnho, pen ·anelo du.r-lhe com i'sso arnndo prazer. Dias de– pois entro na sal: 111 que elln brincava r ,·ejo-a ás voltas c·om 111nc1 honequi- nha de celuloide toda carinhos e cui – dados. Entro á, f- ., ma neiro. ·o. meias pa lavras, a per1,;L1n tc. guac as s uas pro• di !Pctas.- Esta, qD e · minha filha ... - E a ontra, a gra11dt ,t que cu lhe de i? perg unto, des peitac . - E' 1.Jonita, é: 111as a inda não poss brincar com ell a . .. só pode ser filh a le mamãe. Contou-me Aloysio de Azevedo qu e chegado um di a pa ra jantar á casa cio iru1áo, o Arthur Azevedo, d hora ele seu– tmem-se á, mesa, f..dta,·u. a enteada deste, uma inter essante cri aturinha, d0 cinco pa ra so is a 11110 ·. Procurava- se por to– dos os quartos, em vã.o. E;stava aberta a porta e pensara m logo num desastre, a hicla á rua , alropell o de carro . .. Mas nada, tudo está. calmo, nada de– nuncia ele maior, 11us immediações. Tor– na ndo á casa, ouvi u Aloys ío uma ·on– versinha ele cria nça, dentro, no de ·vc:io de 11111a escada . Approximon-se de ma n– s inho agachado, e viu e onvi11 .. . a, so brinha tinha o ca ·aq11inho a berto, uma b oneca. ao co ll o, a riuem di zia: - 1\Iamma, minha filha! Você hoj es tá sem vontade .. . E tanto era o desvelo á sua, cri atura que não attend ern á bu– lha que a,ndava á sua procura, occnr,a– da toda em c11mprir seus d rnres rle lll~Le ... ~o emt.~nto, \'~vemos nú s a prepa– rar Jogos, bnn cos, li vros. modos, proce - sos educativos inf'a11ti8 para crianças .. . que já sã.o) na irnpa.c iencia d'ahna e que!·cm ser, ao menos ntL ficção propria da idad e, apenas gente g ra rfde. Estou convencido que ha um r mli– mento pedagogico magnifico ·e um tliu. della tirarem, systemat icamente . todo o significado que comporta. A infancia {I uma antecipação. •
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