O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. Jun-Dez
• 108 O ENS INO um lindo pacote de fructas crystal– li sadas, que esplençlia através dos límpidos vitraes do mostrador de uma confeitaria. De subito, m esmo a ndando, ti– rou da algibeira da ca lça, os ape– trechos para tabaquear. \..ccendeu o tabaco migado, contido no bojudo r ece ptaculo do c~himbo sarroso. En_tão, emquant<;lexpe llia grossas baforadas de fr~o lige iro , lembra– va-se d e que,~ transpôr o humildu umb~·al d e s1'a,. rustica cho upana, a g rnc10sa Enilda, numa supplica que sómente as crean ças sabem inter– pretar, dissera-lh e g ri:l. c iosamente: -« Vôvô, quero um bonito pa · cote de amendôas ~ss u caradas. Es– c utes ~em: se não m'o trouxer,juro q u e !1ªº _g o sta r e i mai s de ti , nem te darei b e ijos ,> . E: • ao pronun c iar essas palavras, orna de um modo mai s q u e divino, po, ·,1 ue no seu adoravel sorrir de innocente havia o reflexo inacl iante das almas feitas de luz : as almas das creanças . Agora, no relijioso silencio da estrnda deserta, tinha a exacta com– preensão das palavras da netinha. Que fazer! Ia com os bolsos esfran– ga lh ados, inteiramente vazios ; e o farnel não conduzia ao menos uma inutil migalha de pão duro. Nunca regressá ra, tão infeliz e tão mi se– ravel, á mansuetud e de sua humilde choupan a. Fôra á cidad e, em busca ele uma esmola generosa. mas toda gent<-l andava séri amente preoccu– pacla emmultiplos afazeres, no af~n dos preparativos da memoravel ceia da meia noite. Ohegára mesmo a estender aos transeun tes as suas mãos desca rnadas, sardosas, suppli– cantes e trrnrnlas; porém, o' desdita cruel, não lográra sequer uma az i– nhaHacta moed inha de cobre, nerÍl, para saciar a fome , uma côdea de pão qualquer. MECENAS ROCHA ~ . 1 '"' • . ..., • •, 1 ' 1 1 1 1•11 1, 11.11..1•111u111 1n,1 1 1 litJl!·I I Ili 1.J I I t I t t 1 1 1 1 ti 1 • _ NOTULAS Alcindo Guanabara -A 21 do mez hoje findr; o telegrapho transmitti11-nos a clrso!ado1·a noticia do fallecimento de A.l– c:indo Guanabara o vulto mai:; prmminen– te, a .fi!J7!ra mais clistincta, o príncipe em– fim rlo 1ornalismo brasilefro. O d~apparecfoiento do notave/ lwmem rle letras e e111i11e nte varla1nenta1· veiii co– bl"ir de liicto não só a egregia assembléa 1P_qislativa do Pai.?., da qual fazia parte co- 11w 11m dns Neus 11wis illustrados membros, r·on,r, tambem a tr;clu o B1·as il intellectual. A lcindo G11crnaúara 11101-,-e cheiu ele bons " inestilnavei · se,·riços á Patria, wi cuja /ii.·toria se lhe 1·e.~en;arâ, ele ce1·to, 1tni togar ,10 lado dos seus mais dcclicados filhos . O ENS I NO pres~a, nestas modestas li- 11/w.~, since1·0 c11lto á sua memoria. :=:::::::::::15 de agosto.- E' impo ·sivel en– quadrar, nos acanhados li mites de uma noticia Ji aeira, toda a magnificiencia o .. deslumbrante da rn ernora,·e.l fe ta. mv1- ca, com que vem de celebrar o Paní. a Jata imperccive l de sua adhesão ü, inclep ndeucia nacional. Empolgante e ·uggesti rn. indescri– pti,·el mesmo á penna mais experimen– tada na arte difficil do interpretavel r do graphar. esteve o b~ll o festival do theatro da Paz, ela patriolica niciativa elo governo do Estado , na manhã de F o dia maior, certament~, da hi storia pa– raeuse. Dir-se-ia que os e ·piritas illumina··
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