O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez

o 72 O ENSINO aspirações mais puras: - o bello e o real, ensinar-nos-ão a amar o bem, a admirar a verdade:-praticando-a, determinaremos a somma de evo– lução cultural de nosso meio, da so– ciedade de que somos mínimas par– ticulas:-cul ti vando-a, escreveremos paginas de uma Biblia sublime, on– de se caldeará o espirita de nossos filhos. genufloxos ante o esforço grande que fizemos para subir, de– grau a degrau, a escada da 11crfei– ção: - traduzindo-a, faremos a gran– de obra de propaganda historica e geographica de nossa terra, num traço de união perfeitamente esbo– çado, com a maxima progressão collectiva da humanidade. Determinemos, porém, nossos vôos ao restrictos san tua rio de nos– sos stuclios. Agucemos as garras na paz sub– stanciosa ele nossas escolas, antes do sulto conquistador para a victo– ria. Escondamo-nos no intimo de nossas primeiras recepções artisti– cas, firmando, com antececlencia, nos– sos temperamentos, unira caractc– ristica pessonl aclmissiYcl. Que se não faça como até hoje, a confusão prejudicial entro o mé– licr e a idfa. Um ó o ge::;to de mão <1uc cscrn– ve, esculpe ou pinta; ariuclla outra é a que pcrcel>e e procura tradu– zir, sente o busca rnaterialisar; fon– te occulta e inesgotavcl de sensa– ções que devem so,· definidas. O primeiro <' a technica, a fa– ctura material, emf1uanto a segun– da e> a Arte. Que tPmos visto aU• hoje'< O mNicr com fóros do Arte, num atrophiar ele todas as faculdades crcadorns d(' nosso mPio !... Basta elo rrg,·cssão ! Congreguemo-nos para vencer ... E bem hajam os que batalham a sol>rrha <'ampanha de> nosso pro– µ-rcdir artístico. Que ha sobre Arte no Pará'? Creações abandonadas em todos os recantos, som o cuidado que me– recem, perdidas e expostas ao van– dalismo cios que soffrem, afinal, a influeucia violenta do descaso pe– culiar ao meio em que se desenvol– vem. Frescos e }Jaineis, descurados e sujeitos ao bolor e ás manchas des– truidoras de humidade ou infiltra– ções dos teetos da Cathech-al e do Theatro; quadros esparsos em to– dos os estabelecimentos publicas, onde nem sempre a lucta dos affa. zeres administrativos, consente um carinho especial, uma particular at– tenção. Obras de mestres, que foram outrora patrirnonio ele algumas das communas ele nosso interior, e que adornam hoje as modestas salas dos filhos ele intendentes ... Que ha sobre Arte no Pará·~ Quaes os viajantes notaveis, ar– tistas de merito, que aqui vende– ram suas obras ou que, sob a forte claridade de nosc;o sol tropical, enle– varam-se ao contacto de uma natu– reza de exuberancia impar? Nada, nada existe que possa rapido elucidar o estudioso, sem um renovado afan de muitos mrzcs e quem sabe se proficuo '( ! Eis o trabalho urgente. o unico lom·avel o de merito. Reunir, catalogar, curar de sua conservação, com a veneração que essas paginas do sensiuilidacle es– thetica merecem, é a obrigação ele todo o homem civilisado do nosso seculo. . .. E onde nosso pinacotheco ·~ Porque uão o criar se e tempo ainrla '< Qual é a diminuta partirula elo arei::; que entrava a engrenagrm, cm si tão facil, do evoluir elo nosso desenvolvimento artistico'< !... Arte, ó Arte pura e soberann, Arte palpitando á psychologia pro-

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