O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez

• a uma coisa mais simples de sim– ples ari-th-me-ti-ca ! Prove-me ahi. na pedra, porque é que cinco e cin– co são dez? A ALlJ)l:-.A, séria: -Eu posso provar á Professo– ra que cinco e cinco não são nem nunca foram dez. A Professora , desculpe mas e8tá incorrendo em grande erro! . A )IE>TR.\ : - Esta agol'a tem ºTa\a ! Então cinco e cinco~1âo são flez? --ah! ah! ah! ( riudo ). Yossa Ex– celle11cia jú destrniu a Arithmetica a base da_ l\Iathematica ! Que genio ! Que menrna prodígio! Yae assom– b1·al' o mundo com uma tal descober – ta! Prove, então, o seu problema, Sr . ~aplace! 8r. Pascal, Sr. Newton , Sr. Gemo! Pl'OYO a sua dcsco bPr– ta. ande! ... .\ A1.n1x .\: - Ora, Professora é uma cou– sa ~ão sim pies: (escr~vendo em al– garismos) 5 e 5 são - 55 - cin-co– en-ta e cin-co ! e não 10 c~mo af– firmou ! (lla ri1:1ada::; prolongculas 1' 1/l Ioda a aula) A ·' 11 •:,-,TR.\, irritadissima: - ~stão me flauteando! Fm desrespeitada e agora sou P,ateada. .l\Ialcreados insolentes ! unfa mais ª?~eitarei tal encargo! N~nca soffn tantas decepções! Smto-me humilhada! (Soffre 1l1Jtct crise de 1ieri•os e de choro; cae na cadrira debruçada sobre a meza. ) i\ lllRi,;l'TOR \ DO COLJ.1·:t:IO Cll- trnndo suhitaincntc: · - Bonito! bonito! E' neste esta– do _que vonho <'ncontrnr o meu Col– le~10;_ os nwu~ d!scipulos, a Pro– f0ss~~a qu<' do1xe1 no meu Jogar?! \ .to todos para o (1uadro nog ro ; não gosarão das ferias, e aos paes de todos ha de se leYar o conheci– mento de tão reprovado procedi– mento. Uma verdadeira anarchia! um inominavel desrespeito nunca visto e nunca tolerado neste esta– belecimento. A )IE~TR.\, soluçando: - Soffri, Professora, as maiores decepções. exijo uma reparação em forma! .\ DIRECTO1u, para Rob<'rto: - Sr. Roberto! o Sr. como o mais velho, e portanto , o mais res– ponsavel , por todo esse desrespei– to , venha se justificar e dar todas as satisfações úquella que deixei exercendo as mesmas fune~Õl.'S de minha auetoridaclc. Ha de fazer isto, (eneryfra) e ha de ser punido depois! HonEnTo, adPa11tando--e respei– toso: -Sim, Directora. estou prom– pto a dar todas as satisfações: mas peço que só me julgue , ou antes. só nos julgue a todos, dopais de nos ouYir. Todo o accusado tem o dirni1o de apresentar sua dofeza e de s<i ser julgado depoi s de s0r ou– vido. Isto é da lei. A DIRECTORA: - Fale , pois, Sr. advogado. 8r. prncurador em causa propria ! ROBERTO: -A Mestra que a Senhora dei– xou no seu lagar é , tambem, nos- sa companheira de banco. Ao re– ceber. porém, a incumbencia do nos ficar dirigindo na sua ausenria, l.'nchou-s€' de vaidade. de presum– pção, e de um orgulho tal, qm• (· • pena que a Senhora não ouYiss0 o discurso que foz ao sentar-se na– quolla cadeira: - que era ~abida, quP era illustrncla: quo estaYa cheia, atP os calJellos , de podcn•s; <1ue c>1 a

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