O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez
:124 o E n s i n o - Ora esta! E' porque a pala– \Ta é 'Verbo e não verbio. E' umü bonita palavra, chei.a, sonorosa, Yíbr::mte,-verbo !-Pare– ce que só ao pronuni::ial-a , se crea um novo ser ou um novo Univer– so. Dizia o meu professor, (que era tambem um grande Poeta) que esta palaYra parecia uma chicota– da ele luz espancando a tréva do ('hãos! E São João, o EYangelista, diz que esta palavra é o proprio n eus. -".No princiJJio era o verbo"– Comprehendeu ·~ Ve1·bo ! que 1Jala– ,-ra sublime ! Si fosse vcrbio não seria tão cheia, tão vibrante, tão b0lla ! Com– prehencleu -~ Ro1:1mTo: -Comprehencli perfeitamente. l\Ias a Senhora subiu tão alto que eu já nem tenho coragem de lh e suhmetter a minha duYida. A ~, 1,STH.\ : -Não Senhor! podo perguntar! foto que disso foi uma sim1Jles di– ~ress"io , uma fugaz r ecordação das minhas licções com o meu grande Professor e grande Poeta! Pode por– ~untar, não se aeanhc , estou prom– pta para lhe responder <' lhe ensi- 11 ar . - Neste raso di ga-mo: porque é ciue se diz - adverbio e não advcr– ho ! Pare~o que e~ta palavra é com– posta ou justapos ta como ensina a morphologia. A ~, 1.-1 1:,, , d co1·0111•c rtada: --Ah !. . . ah! . . . ah! . . . Esp<'– . re ! . . . deixe-me r efl ectir ! ... (Rv, 1.1 :<'n ,, dq,01 01: - Tem r azão ! :--.:ão posso ago1·a, de momento. lh es r espouder. Vou estudar , You Ycr ! Amanhã lhes res- ponderei ! Isto depende de um es– tudo mais profundo: e, yocês, as suas intelligencias não estão ainda na altura de comprehender estas cousas. E' Yerdade !... o meu Pro– fessor não me explicou este caso! Virando-,;c para uma alnmna de menos idade: -Bem! Agora vamos para ou– tros estudos mais simples, mais com– prehensi veis, de accorclo com as vossas intelligencias. Vá para a pedra~ ( A alumna vao para a lousa e pega no giz J. A )!E!>TR,\: - Escreva !- A galli11ha ... .\ m •::':TH.\, ollinndo a pedrn. -- 0 que está fazendo'( A .\LU)l."\A: Já escreYi:-agâ. lin/ta ... A .\IE:iTR.\, i111pacicnte: -Ora, valha-te Deus! Eu estou dictanclo um trecho de leitura - ''A gallinha que pu– nha ovos de ouro" ! A AJ.1 1~1."\A: Ah! Professora, desculpe: eu pensaYa que estive:sse dando um problema de mathomatira ! - Que pretenção ! l\Iathematica ! . . . Enche você a bocca do ... ma ... the ... ma. . . ti ca, como se tal cousa foss() para o seu bico! Seja menos preteneiosa , meni– na! - Hem. Professora, desculpe; (':-;– tou rts suas ordens! - Como Vossa Exeelleneia falou cm ma-thc-ma-ti-crr. responda. pois
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