O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez

• 298 O Ensino Saudação á arvore An·ore. cu te saúdo! Arvor ,_ t·speranç,1, arvore-força, an·urc-po– Jcr, an·ore-ahastança, ::i1Torc-fecu11- dida<le, arvore-riqueza. - quanto mystcrio ignorado se encerra no verde esplendor Lk tuas !'olhas c:.– palmad,1s ao vento e á luz, ao doce rocio da alvorada e ao cL1rüo brando da lua! Quanto scgrcJo intangi– , el no múrmuro arfar de tu,is fron– des hast.is , quando acarici,1das tcr– nanwnk pelu unamorado fovonio. yue te oscúL1 e que te cinge! Qu:111- ta divinJ nwgi,1 no Jcs,1botoar dL· tuas flôrt.;s m,1tizadas e no desen, oi– ver d kus t'ructos opin10s e nutri– tivos! Arv'Jr L' augusta, cu te s:túJo ! 1 m– pcrcepti ,·d n·hcnto, que k dcscu– tranhastc do 80l0. -eis que surgL'S ;"i vid,1, tremulo aind:1 ao frio cou– tacto do orvalho matinal, pequenino l' debil. sl'il1 conturn ~Js definidos, tenro e fr,111zino, a au~mcntar e a devar-iL'. na ascençüo progrcssi,·,1 do existir. caminho do espaço, dirc– ~ção ús nuvens ... Agora, tuas fór– mas tomar,tm vulto, teu tronco t·ngros::-.ára, teus braços fecundos distenderam-se cm dczen.1s de cra– Jhos soherhos, banhados Jc chlo;o– phila sadia e moçn. Pomposo rn~alana,rn.: nto de fcstu 1>niamenta dL· .iromns e de cô1 cs vnricgaJ,1s a tua cópa forta. cujo seio opulento amamenta e ciosaincnte occulta ,1 ahundancia de fructos ,·crdes para, Lkpoic, de sazonados. prodigamentl', espontaneamente d('spejal-11s au regaço humano. Arvore do hem, do amôr, da La- ridadc ! E's ll pallio protector e sem– pre (lesccrradu sobre a cabeça cm t'chrc do ,·iandantc cxhausto: aco– lh es, na magnanima sombr,1 que projecta::,, O::, juramentos de> affc– cto dos cor.1çô2s .unantcs. que bus– c.1111 o teu tcstimunho solitario edis– crdo pata os seus tran sportes felizes; ,1poiado ao tt..:11 tronco robusto, t' sob tLws r.1nias abrigador,1s, r epousa, ])(ir moml'ntos. mitigando a fome co111 os pomo::-. . doirados que lh e of'krcccs. o C'sl'arrnpndo mendigo que, ::,,1tisf L'ito, te abe11çôa e te bcm– diz. Arvon.:- da floresta, da scára. e.la cidade . do p,1rque, do salão! Lncx– cediYel em generosidade, retribucs, a moeLlas luzentes, cada golpe de m.1chado ylh' te penetra as cnir[l– nltas: 0s tu que accumulas, com o grão que produzes. invt'ja,·cis capi– tac!:-; frondcj:111tL: n.:le,·o·. ,1 hordnr. com a Joui,:ania l.!Stnerat1Llina tk suas ramagens Yirentl.!s, as ;1vcnid:1s e as praç.1s, cmbcll<.'.·zas mag11ificamcnk :1s cidade:::.: t.'.•:, a ~1lcgria cant.mtc do jardim, porq_ LIL', '-1 u:1ndo de::,pl.!rta ,l ·manhii, ou quando a t.1rdc dccúc, con– ,rn:g,1s, ininterruptamc11ll', no scc– ~ario original de tuas franças Ycr– dcjantcs, a enc,1ntadora, incompara ni] orchcstração d,ts a vcs canoras. saudando n luz que Jcsponta ou dL:s– pcdindo o sol que agoniza; <.'.·s u or– namento natural mais expressivo, embora mais modesto, do lu xuo::-.v salão do millionario. do gabinctl' Jo sahio, lL) n1randft humilde do _1ornakiro. do :ttC'licr obscuro do npcr::irio.

RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0