O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez
do p1·im e iro ao ultimo a nno , sob o fó rma ele pales tras breves e ad ve r– t e nci as o pportunas. A propos ito el e tuJo , o professo r falará aos nlurnn o ~, sempre qu e h ou– ver occasião, d e como deyem pro– ceder d e ntro e fóra ela escola, deli– genciando por m e ios brandos e in– tuitivos esclarecer-lhes o espirita e formar-lhes o caracter para a pra ti ca elas accões no bre s e salutares. Neste pJrti cL~lar, o professor , que por seu proced ime nto e attitucle em a ula, primará e m dar os me lhores exem– plos, inspirando bo1~s sentimentos, não d eve esquece r-s e de r ecomme n– d a r aos a lumn os, constantes cuida– dos no modo d e tratare m se us pais e professores, seus condiscipulos e similhantes e m ge ral; de lhes mos– trnr quantas sympathias pode rão grangear co m a cortezia e a delicade– za; d e lhes in outir no animo o amô r no traba lh o, á vcrdnde e á Ju sti ça; de lh es folar la perseverança e da gra tidão; de lhes r efrea r os maus pendores, co rri g ind o. lh es us defei– t os e estin111l a nd o- lh esa vontade para 1) estudo , que é a promessa dus suas v ict or ias futura s . Um méro in c id e nte, um s im p les facto de obse r vação pessoal, occor– riclo antes o u durante a au la, servi rá de assumpt o a essas ligeiras di gres– sões sobre a mora l do indi viduo, em proveito de t oda a communi dacle, quer se foçam nos primeiros, que r nos ultimos annos do cu rso. E po– d em repetir-se diariDmente e mais ~1' uma vez na mesma a ul a. erá questão de o pportuni dade. Nu mo– mento da l icção, durante o recreio, á hora de su bida e de en t rad,.1, e até na rua, hn sempre ensejo para taes enc;i namentos, cujos resultados terão um alcance inestima\'el. Rindo, corr igem-se os costurncs. A criança, sem o presentir, se trans– formará gradat ivamente ele rude e apathica e enfesada, num apPc i,n :el conjuncto de excellentes qualidnd es moraes; basta que o professor St; não descure de adve rtil-a , com ca– rinho e brandura, sempre que os seu · ac tos, justiCi ca ve is na idade, o recla– me m. O seu cornção pouco a .pou – co se abrandará, os seus impulsos cede rão e, como a cultura inte ll e– ctual , cll a obterá um vali oso patri– mo nio de virtudes individua es. « Evite no eclurnndo, á mesa e no banco de estud o, no rec re io e nos passeios a pé ou em bi cyclet~1, as ati.itud es vicio_as e antiphysiolo– g icas; não lhe de ixe cruzar os l ra– ços sobre pe ito , o que lh e vi cia apouca o thorax; in cuta- lh e no espí– rito o o rg ulho el a sua raça e u or– g ulho da sua patria , faça-lhe com– preh ende r que, na vasta natureza, só o homem é dotado da attitud e ver– ti ca l, pois que, mesmo as plantas, qu e buscam o céo, têm hastes e ramos _t ortuoso s qu e, muitas vezes, s 1ncl111am l ara a terra, aconse lhe-o a o lh a r , confia nte, para a fr e nte e, espera nçado , pa ra c ima, em busca de largos h o rizontes, demonstre-lhe que urn <1 a ltitud e de venci(tO é im– prop ria de um homen~ lu ctador , e que o~ vencidos podem despertar co rn nnseração, mas não in spiram con fian ça; prove-lhe que a tod o o homem cabe uma mis~ão na vida e que fo lsea l- a por fraqu eza o u por in– teresse pessoal é trahir a patria , as supremas aspi rnções da humani– dade, e e ns in e- lh e, ao lado de uma es th e ti c~ attitudc phy ica, uma per_. feita att1tul1 e moral, cultuando o tl<.>– ''.er e o amôr da verdade e da jus- tiça.,> (DR. J. . DE [AGALHÃES '., * :;: :jc Com esses ensinamentos a cri- l ' , ança appren( era o culto da Patrin, á qual terá rnai tarde de se rvir como un, cidadão. Des~te as primeiras b,111- cadas, o escolar terá de saber o qu~ vem .. ~ ser n terra ele seu berço, para clle tao cara e CUJO nome nunca _~ pode rá apagar de sua memoria.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0