O Ensino Revista mensal de pedagogia, literatura, artes e officios 1918-1919. jan-dez

126 O ENSINO apenas com â hygiene activa, fize– ram a Estrada de Ferro Madeira e l\Iamoré, na região mais infesta– da pelo impaludismo, provando que é das mais salubres do mundo, se afastadas com a prevenção as cau– sas de damno. S. Paulo, com a vac– cinação obrigatoria, supprimiu a va– riola; com o isolamento colonial dos leprosos combaterá a morphéa. A commissão Rockfoller, em Minas e no Estado do Rior emprehende a campanha benerPerita contra a opilação, restituindo ao trabalho productor, residuos de gentes, en– fermos conduzidos a mendigaria e trocados por trabalhadores ruraes prestimosos. Na imprensa. nas aca– demias, nos parlamentos é a mesma grita: -sa11eamento ! Não seremos nós, que fomos dos primeiros a clamar, que somos dos mais possessos em reclamar, que, ainda aqui, longe da medicina ou dos medicos, lhe façamos a menor restricção. l\Ias devemos cumpri r com a nossa consciencia, proclaman– do tambem: Não basta! Saneamen– to, sim! Educação, tambem ! Prin– cipalmente educação, porque então será mais facil f' só então duravel o saneamento . Ainda que iograssemos, 11uc lo– graremos extinguir a mala ria, a leishrnanniose, a doença do Chagas, o berih::-re, a opilação, as vermino– ses, todas as c;afeiras nacionaes, não tPriamos feito tudo .. . e viria a não termos feito nada, se não con– seguissemos o não conseguirmos ir P<lucando o nosso poYO, para tor- nar suasorios, e só então estaveis, os beneficios da redempção sanita– ria. A educação hygienica é inte– grante e primordial a toda· educa • ção, educação nacional, que é esse o caso de vida ou de morte de nos– sa nacionalidade. Sobrevivencia ou eliminação, por adaptação ou inca~ pacidade á vida civilisada. Esse é que é o dilemma terrível , pelo qual teremos de enfrentar a lucta ele amanhã ... para que. adiada, não seja a lucta de sempre se nos per– mittirem sempre na criminosa in– capacidade de até agora ... l:{eflictam nisso os homem: de responsabilidade, guias da opinião, professores, medicos, parlamenta– res , jornalistas . Felizmente que já os ha, para os quaes o saneamen– to não é só o remedio infallivel para a " doença do Brasil''. além deste e com este , parn a ignoran– cia dos meios , a imprevidencia dos recursos. a incuria da saúde, a in– capacidade de trabalho o de eco– nomia , a pobreza tri s te e envergo– nhada, no meio da feRta da nossa natureza. só existe um recurso, r0- medio urÍico e especifico: - educa– ção, pela ins tru rção primaria , pro– fissional, tP-chnica, superior; erluca– ção-para a prospel'idadc. pa,·a a saúde, para a folicirladf', para n l'edempção do Brasil . .. Sanenmento, si m, mas <'Om a educação e pela echwação ! - Afra nio Peixoto - A Rsrola Primorio ( Rio dP ,Janeiro) . te • •• •••• • • • •••• • ••• • •• ••• •• • • ·;,,· •• •• • • • ••• ' •• • •• • •••• • • • •••• • ••••••••••••••• • O que mais custa crêr é que ainda na hora actual haja brasileiros não analphabetos que desconheçam ou finjam desconhecer o perigo de morte pare a nossa nacionalidade, dessa contemporização criminosa em que temos vivido, com o inimigo capital de nosso progresso intellectual e moral, da nossa força e vigor como povo independente e livre I o anolphabetismo. »

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