MESQUITA, Lindolfo psud Zé Vicente (org.). O Brasil nas guianas: a visita do coronel Magalhães Barata a Caiena, Georgetown e Paramaribo. Belém, PA: DEIP, 1944. 47 p.

Negro e Rio Branco, atravessando Essequilo e deixando este rio para as costas, onde fôra recebido pelo governador e havia ido até Surinanme. Depois êle tinha vindo numa missão es– pecial de cordialidade e era verdadeiramente simbólico que ·o coronel Magalhães Barata visitasse a Guiana, seguindo os pas– sos do seu antepassado, para que fôsse recebido mais uma vez na mesma causa de intensificação das relações internacionais. O mundo estava sofrendo as calamidades da guerra, mas tinha certa compensação e era uma nação que estava aprendendo a manter-se solidária, procurando cooperar nas causas comuns. No futuro seria ocasião da Guiana Inglesa constatar que cada vez mais era um pais do continente que deveria inevita– velmente expandir e desenvolver suas relações de toda natu– reza com os outros países do continente. Ela não poderia ser tratada e desenvolvida apenas como uma outra ilha no ocea– no". DISCURSO PRONUNCIADO PELO CORONEL MAGALHAES BARATA AO REASSUMIR A INTERVENTORIA "Meu prezado amigo dr. Lameira Bittencourt. Meus amigos. Estou regressando de uma visita oficial ás Guianas, aten– dendo ao convite muito honroso para nós brasileiros, que me fizeram os governadores daquelas três possessões européas. A impressão que eu e minha comitiva trouxemos das três Guianas .muito alentadoras para nós paraenses, olhando-se o futuro, e honrosas para os brasileiros. Fomos recebidos em to– das elas com alta distinção e muita simpatia por parte dos go– vêrnos e de suas populações. Não desembarcamos e nem per– corremos as artérias das cidades com a indiferença do povo já acostumado a. vêr passar pelas mesmas ruas outras personagens de outros países. Fomos recebidos, olhados e palmeados nessas três Guianas de uma fórma muito especial e distinta para nós. Na Guiana Francesa, em Caiena, sentimos nas demons– trações de suas autoridades e do povo um grande sentimento de agradecimento pelo que nós lhe estavamos fazendo e con– tinuamos a fazer. Antes do Pará levar sua assistência alimen-· tar áquela Guiana, sua gente vivia de arroz e peixe. Era a unica alimentação que tinha. Qualquer massa ou artigos de conserva ou o que fôsse, era trazido excepcionalmente de Para– maribo. Cercada pelo bloqueio em virtude de sua ligação com o govêmo de Pétain, depois da modificação do govêrno local, aliaram-se ao govêrno de Argel, mas continuaram as demoras oriundas da situação. Fomos nós, os paraenses que pela mão de um conterraneo, sr. Enéas Barbosa, levamos á Caiena ali– vio aos sofrimentos físicos. E por isso aquela gente se mostrou grandemente agradécida pelo que lhe haviamos feito. Decla– rou o povo de Caiena, por toda parte, que graças_ao Brasil não J4 ...

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