MESQUITA, Lindolfo psud Zé Vicente (org.). O Brasil nas guianas: a visita do coronel Magalhães Barata a Caiena, Georgetown e Paramaribo. Belém, PA: DEIP, 1944. 47 p.

o obrigaram a fazer a sua escolha. Não conhecendo outra con– dição á natureza humana que a idéia da liberdade, outra nação de equilibrio entre os homens que a justiça, outras leis interna– cionais que a do direito e da honra, o Brasil devia se encontrar em luta por Seu ideal. - _ Não é de _admirár, pois, que ' os laços de abíiza,de que unem o Brasil á França sejam tão solidos. -_ _ · · Quantas afinidades existem entre estes dois povos! Os vossos autores reivindicam de bom grado a nossa cultura para, os seus escritos. Isto não representa .apen~s uma questão de sentimento, mas de historia, de tradição, de compreensão, de.e amor do belo e do verdadeiro. · Como dissestes íão bem quinta-feira ultima, a ·França que conheceis e amais não está morta. Ela está simplesmente-mar-– tirizada em holocausto aos nrincipios humanos- que defendeu quase sozinha contra a horda dos barbaros. Se alguns _france- - ses tomaram por conta propria uma colaboração falaciosa, -0u– tros franceses mais numerosos seguem os preceitos d'a h:Olll'a e da dignidade que fizeram o'hosso passado.• Os generais De Gaulle e Giraud lutam neste mo~ento· para. reivindicará França o seu. .J.ugar ·no mundo. Sonhadores quf– méricos pensam-que a França não poderia de agor.a em diante desempenhar se não um papel secundario sobre o palco -inter• nacional. Quanto a conheciam mal! A sua faculdade -pa~ ~ emendar-se é prodigiosa. E se no domínio material ela pbde ser excluidà, do dominio do espirito ela brilhará amanhã cnm esplendor novo. O sacrifício a tornará maior ainda. Shakes– peare dizia que há quedas que servem·de ponto de partida para se subir mais alto. · Nós, franceses de Além-mar, temos _um orgulho certo que é o de constituir o bioco vivo que a torna presente entre os Exercitos aliados. Somos felizes por pagar-lhe esse tributo ~ de gratidão que é uma réplica a fodas as insonias atribuídas â politica colonial da França. Não são laços de intere·sse que nos aproximam dela, mas liames de afeição. Nós .a amamos por .seu liberalismo, pelos sentimentos nobres e humanos que mar– caram sua obra de colon~açã.o~ Em todos os dominios ·ela ofe– rece aos seus 'filhos, sejam brancos ou de côr, as mesmas opor- – tunidades de ascender ás mais. altas dignidades. Para nã.o citar senão um exemplo : "Um gÚianense respeitado e ouvido : Felix Eboue, é hoje em dia governador geral !Ja A. E. F. Este fremito popular que assinalou a acolhida d.a delegação brasileira em Caiena não traduziu somente a simpatia -dos guia– nenses por vosso país. A França há trezentos anos que _plan– -tou sua bandeira na Guiana, formando almas que vibram com a união dos filhos desta com a metropole. E agora que ela está. amordaçada, com as mãos atadas, podemos reivindicar o di-

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