MESQUITA, Lindolfo psud Zé Vicente (org.). O Brasil nas guianas: a visita do coronel Magalhães Barata a Caiena, Georgetown e Paramaribo. Belém, PA: DEIP, 1944. 47 p.

eia física não tem limites. Em avião, em automovel, a cavalo, em canôa, a pé, vós ides por toda a parte. Vossos compatriotas se maravilham com isso, não sendo outra a impressão dos es– trangeiros. Aliás a esta ll,tividade desbordante um espirito de equidade caracteri~ado sobretudo por uma mansuetude parti,. cular. Esse fato é tanto mais e-xpre1>sivo quanto sabemos que por vezes chefes de méritos reais aninham verdadeiras al- mas vãs. ,, Assim,- possuis o que segun_do a expressão suave do poeta se chama "The Milk of Manklnd'\ o leite da bondade humana. Eis porque vos somos_devedores da solicitude aniigavel que ti- vestes para com a Guiana. _ _ NãÕ vos ' devemos apenas agradecimentos, sr. _interventor, mas a expressão de- uma gratidão párticular pelo zelo com que - nos prestastes o vosso ireneroso concurso. Aliás, através da vossa pessoa, é á naçãó brasileira a quem dirigimos esta home– nagem, pois o vosso país é tão amado na Guiana como na pro– pria França. Todos os que têm experimentado o prazer de pas– sar pelas ribas brasileiras trazem dai uma rec~rdação- comoy~– dora. Não cessam elogios á cortesia, ás atenções., ao devota– mento mesmo que todos os franceses encontram em vossos com– patriotas. O chefe de-nossa Colonia, nosso presidente de hon– ra, em brilhante palestrá feita após seu regresso do Rio de Janeiro, não deixou de acentuar ao lado dos resultados ines– perados de sua missão, o encanto das altas personalidades das quais se aproximou e á atmosfera de simpatia em que ali viveu. _ • E não foi -apenas o governador Ràpenne o unico que·· se se– duziu p~lo Brasil. Lemos o que um_dos nossos grandes escri– tores, Georges Berhanos, disse a respeito de vosso pais, o que nos ajudou a compreendê-lo melhor. Na sua edificação lents mas segura, na sua unidade q~e se forma ante por uma cris– talização que por um conglomerado desconexo. Em tudo isso, seguis os preceitos de Renan, que não via em uma na'ção, nem uma dinastia, nem uma língua, nem uma religião, nem frontei– ras naturais, mas uma alma, um principio espiritual. Vossos altos fornos funcionam ao mesmo tempo que vossa unidade nacional se . afirma. Vossos aeródromos marcham de par com a formação de uma elite que toma lugar e~tre os sa– bios e diplomatas mais reputados. - Não poderei vos recordar a aureola de gloria que circunda o · presidente Getulio Vargas. Poder-se-ia aplicar-lhe aquela frase -de Pericies : "Têm direito á palma da coragem os que, con}tecendo melhor que ninguem os benefícios da paz, não re– cusaram jamais os sofrimentos da guerra". O vosso presidente da Republica traduziu .as aspirações do seu povo enfileirando-se desde o começo ao lado dos Aliados. Não foram as ameaças ou a reprovação dos seus vizinhos, com-o se passa atualménte em certa nação da America do Sul, que

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