MESQUITA, Lindolfo psud Zé Vicente (org.). O Brasil nas guianas: a visita do coronel Magalhães Barata a Caiena, Georgetown e Paramaribo. Belém, PA: DEIP, 1944. 47 p.
Uma visita especial foi feita pelo coronel Magalhães Ba– rata e comitiva, visita essa em que tomaram parte o governa– dor J. C. Brons e mais as seguintes pessoas: D. C. Uffelie, ad– ministrador das Finanças; D. H. van Exel, diretor do Serviço de Assuntos Economicos; D. J. Hagan, chefe do Serviço de Su– rinam; dr. Santa Cruz Guimarães, consul do Brasil; D. Fikker, presidente do Conselho Geral e D. Cheeve, diretor da Compa– nhia de Bauxita de Surinam. A primeira visita foi á Companhia de Billiton e a outra á Companhia Suriname de Bauxita,. A baúxita depois de lavada e preparada é transportada para os porões dos grandes navios norte-americanos que a con– duzem oceano afora, afim de aproveitá-Ia convenientemente na fabricação do alumínio que tem incomensuravel importancia, principalmente na industria da guerra. Após essa visita os diretores das Companhias ofereceram um almoço ao C(!ronel Magalhães Barata, comitiva e demais convidados, almoço que decorreu animadíssimo, regressando todos á cidade ás 14,30 horas. PAl~AGENS l\lARAVILHOSAS Na Guiana Holandesa existe um comercio regular. As edi– ficações apresentam aquela fisionomia interessante que carac– teriza a arquitetura holandesa. As estradas são.. ótimas e al– guma~ revestidas das misturas da bauxita. Os canais são bem frátado·s, muitos deles com suas margens cuidadas como se ti– vesse sido o verde rasteiro cortado a tesoura. Pontes pequeni– nas e bem construidas, aqui e ali, dão passagem para as cazi– nhas interessantes. Casas com suas cumieiras coino que imi– tando os chapeuzinhos das camponesas da Holanda. Uma po– pulação sadia habita essas moradias e espia curiosa os que pas– sam nos veículos. São javaneses, hindús, bramanes com seus trajes que lembram os misterios do Himalaia. São até fakires àcocorados nos seus exercícios e renuncias. Ao lado de quasi · todas as habitações, ha um espaço de terra cultivada com tanta estética que dá aparencia de jardim, sendo horta exuberante. Marginando algumas estradas vêem-se arvores ·imponentes plantadas numa linha reta, como se a propria natureza tivesse a conciencia do metodo e da disciplina. De vez em quando, en– feitando a paisagem, aparecem pastagens com suas vaquinhas rwninando serenamente. Vendo tudo aquilo, o nosso pensamento volvia ao Pará, ao interior do nosso Estado. Que panorama digno de ser visto pe– los nossos homens dos campos, pelos nossos ágricultores, para se mirarem naquilo e terem vontade de imitar os que vivem na– quelas maravilhosas paragens domadas pela mão e pela persis– tencia dos lavradores organizados.. 17
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