O Asilo D. Macedo Costa 66º Aniversário (1902 - 1968) Estudo Histórico
"A beneficencia é um acto moral de individuo a individuo; a charidade é uma virtude Christãa; mas os soconos publicos são um acto administra– t ivo, um dever social do governante em beneficio do governado" . Conselheiro Jero ·"""1.o Francisc,:_, Coelho, Presidente da Pro11incia do Gram-Pará . I - A ÉPOCA Era a fase áurea do ciclo da borracha, iniciado no comêço do século XIX , época em que o "" Pará, cuja economia se apoiava na extração do lát ex, alcançara progresso vertiginoso, que se r eflet ia no desenvolvimen to incessante de sua capital . Lucros extraordinários permitiam gastos vuJtosos em bene– fício da cidade, que crescia, enriquecia, embelezava-se. Augusto Montenegro, à frente do govêrno do Estado em dois períodos consecutivos de quatro anos ( 1901 - 1909), assi– nalados por bom entendimento político-administrativo entre Governador e Intendente, propiciou a Antônio José de Lemos ~mbien te favorável à grande obra administrativa que ligaria, para sempre, o seu nome ao de Belém. Na qualidade de ch efe do Partido Republicano do Pará, r Senador Lemos dominou a polít ica par aense de 1898 a 1912, quando foi queimada sua residência, na Av . Gen t il Bit– tencourt, e incendiado o prédio onde funcionava o seu belo jorn al "A Província do Pará", prédio êsse restaurado, poste– riormente, para abrigar a Escola Normal do Estado, hoj e Instit uto de Educação do Pará. Homem público de grande espírito de iniciativa e extraordinár ia capacidade de tra– balho, endeusado por admirador es e correligionários, detra– tado por inimigos e adversários, Lemos sofreu graves dis– torções em sua personalidade, pela subserviência de uns, pela in tolerância de outros . Dêle poderia t er tirado o Pará pro– veito mais amplo e mais profundo, se tivesse sabido aprovei– tar-lhe melhor o invulgar t ino administrativo. Talvez por não ter sido preparado moral e intelectualmente par a o alto destino que o aguardava em t erras paraenses, deixou-se ar– rastar, fàcilmente , pelo turbilhão da lisonja, que acabou por -5-
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