LOBATO, Julio. Notas de um reporter: a vida dum reporter - reportagens nos hoteis e padarias de Belém. Belém, PA: Typ. F. Lopes, 1916. 87 p.
• JULIO LOBATO 15 pertence, onde estava segurado e em quanto. O incendio começa pelas 1 I horas e sómente depois da meia-noite é que o reporter, alagado de suor ou de um esguicho das mangueiras dos bombeiros, entra na redacção. O plantonista, que ouviu o "toque de incendio,, e o barulho dos carros dos bombeiros, já pragueijou contra o r~– porter, que meia hora depois Jà devia ter che– gado com a noticia. O redactor de plantão, que pretendia sahir ás I I 1 {2 para ainda poder tomar uma cervejinha no Moulin Rouge, ao approximar– mo-nos, taxa-nos de perverso, mau, e nos cogno– mina logo de "perigo", porque se não estivesse– mos de plantão na policia não teria havido in– cendio. Sentamo-nos para escrever a noticia ç plan– tà-se á nossa frente o plantonista,de cara enfarrusca– da a nos aconselhar que não nos extenda-mos na noticia, que o Jornal está cheio e o plantão a ter– minar. "Reduz isso' a meia tira>,, nos diz o redactor, mas quanto mais recommendação nos faz elle, mais prolixo ficamos e em vez de meia, produzimos dez ou doze tiras. Sahimos da redacção e o plantonista, que, com aquelle incendio, tem mais duas horas de atrazo no plantao, fica a nos rogar pragas até pelas duas ou tres horas da m::inhã, quando o typogra– pho faz subir á revisão o ultimo "pedaço" do incer,dio. * * * \
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0