PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.

bR. JOSE; PAES DE CÀRVALHO que não podem ser ·familiares aos que sejam recrutados a esmo na escoria das populações européas. D'ahi resulta a necessidade de um meticuloso cuidado na ·escolha de trabalhadores, que te– nhamos de importar, até que, assás conhecido o maravilhoso solo cio Pará, elles o busquem espontaneamente. E sabeis quão !unge ainda estamos d'essa phase ... A que a travessamos nos impõe a necessidade de manter · nos centros das populações emigra □ tis– tas uma penosa campanha em fa vor ela amenidade do no. so clima e d~ feracidade de nossas terras, da riqueza de nossas .flo– restas, ela inegualavel opulencia, em summa, de que aqui se re– vestem os tres reinos ela natureza. Muito se espera da iniciativa dos poderes publicas n'esse sentido. Eu a partilho egualmente, como um convencido de sua utilidade. Mas essa iniciativa go – vernamental que se reclama, devera ser secundada por uma so– ciedade de propaganda, ond e se reunissem lavradores emeritos, proprietarios, engenheiros, na turalistas, todos os homens esclare– cidos, afim de realisa rem em ft>ctmda solida riedade essa obra el e renome paraense, que realmente exige o concurso ele todos, pois que a todos :ipro\'eitarão seus beneficias. Além da propaganda elas publicações e dos livros, se ria necessario expôr permanentemente nos centros europeus o que já possui1r.vs ap10priado pela industria e o que con stitue ainda materia nova a explorar. Acredito que os resultados cl'essa pra– tica não se fariam . espera r, tradu zindo-se dentro em pouco em uma dupla corrente : a cios t rabalhadores e a cios· capitaes, que para aqui acudiriam uns e outns, aguçados pela sfguran ça de remuneração extraorcl1n aria. Esse duplo resultado viria influir po– derosamente ·pa1a a crea ção el e novas fo ntes de renda , prepa– rando-se assim condições ga rantidoras do futuro do Pará, que não pócle, e sobretudo n:'.lo el eve, restringir o horizonte de seus progressos industria es á eterna ex trac\·:lo, por immutaveis proces– sos primitivos, da preciosa seiva ela seringueira. U rge, ao contra– rio, qu e os paraenses se dediquem qua nt.o antes á industria agrícola e á industria pastoril, que nrw só produzem benefi cios . de valor extraordinario, como ainda põem em exercício e des– envolvem a intelligenda. · Difficil setá afastai- os da. fa cílima e vantajosa industria ex– tractiva, a que de longe se vem habituando, mas assim como a recente baixa do café, determinada em grande parte por uma p roclucção, que está excedendo muito fts necessidades do con-

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