PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.
DR. JOSE' PAES DE CARVALHO terrivel inimigo, que é perpetua ameaça á vida das populações e á riqueza publica. Objectar-se-ha talvez que parte destas despezas e alguns dos melhoramentos projectados deveriam ser fei tos pela munici– palidade. Não procede .o argumento, porque nem ellil dis– põe de orçamento sufficiente para re:ilisal-os, nem ha invasão de suas attribuições, como poderá parecer á, primeira vista. São escassos os seus recursos, que de prnferencia devem ser empre– gados no calçamento das ruas e limpeza das cidades, construcção de villa<; ou casas para as dasses pobres, demolição de paréliei– ros que deviam ter desapparecido das ,nossas mais bellas praças; abertura de· avenidas, vigilancia rigorosa sobre a alimenta– Ç'ão publica, que pode e deve ser consideravelmente melho– rada e uma infinidade de outros serviços, que certamente o be– nemetito Intendente da capital tem a precisa capacidade e fir– meza para levar a effeito. Assim se faz em S. Paulo, que com just2. razão se orgu– lha de ter o serviço sanitario mais cnmpleto e perfeito do páiz, como tambem nas grandes capitaes da Europa, em que as 1'.fiu– nicipalidades, dispondo de enwmes rendas e credito illimitado, não dispensaram os auxílios e coadjuvação do governo do Es– tado. Querer o contrario é adia,r indefinidamente a solução àe questões já resolvidas pela experiencia de outros e pelo simples bom senso. Não basta que uma · grande capital, em plena phase de engrandecimento e prosperidade, queira tudo sacrificar á esthçti– ca na faina de edificações luxuosas e artísticas, deixando aliás cm plano secundario, senão no mais deploravel esqueciniento, a solução de problemas que intendem com a satide publica e o bem estar das populações. Precirnmos dizei-o com franqueza: estes melhoramentos s;10 por mais tempo inadiaveis. Espero do patriotismo do Congresso que nao me recusará as verbas, que solicito, diminutas aliás em vista dos nossos recursos orçamentarios. * * * E' a autonomia municipal um verdadeiro dogma no regi– men federativo. Sua demonstração, tantas vezes repetida, seria aqui uma superfluidade. Em circular dirigida ás Intendencias,
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