PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.

l)R. JOSE' PAES DE CARVALHO * * * ~o juizo insuspeito e lisongeiro de quantos nos visitam, na– cionaes e extrangeiros, a nossa bella capital, bem situada e em geral mui regularmente edificada, occupa Jogar conspicuo entre as mais populosas e prosperas cidades da União. Podemos mesmo dizei-o com orgulho, que pela estatística de sua população sem– pre crescente, pelo movimento commercial annualmente em ma– ravilhoso desenvolvimento, pelo valor das permutas intei:nacio– ndes que se realisam em nossa praça, não sao em grande nnmero as cidades do paiz, que se lhe possam equiparar. Devemos po• rém confessar que, sob o ponto de vista climaterico e da salu– bridade pubhca, possuímos_desvantagens que urge combater pelos meios aconselhados pela sciencia. Não queremos com isto diz~r que sejam exactas as ·injus– tas apreciações dos · que nos julgam sujeitos a uma temperatura senegalesca e capaz de aniquilar as nossas energias physicas e · moraes. Estas lendas tem cahido diante da elo·quenr:ia dos factos. Além das dezenas de milhares de braços que nos chegam dos Estados do Sul, ahi esta as nossas nascentes· colonias de euro– peus, que em dous annos não viram desenvolver-se em seu sei€> '– as formidaveis epidemias de febre amarella, que infelizmente tem flagellado alguns Estados do Sul.) Todavia já vae sendo iriã"tsculpavel o nosso abandono erµ materia de hygiene publica e por isso mesmo que as relações· commerciaes ...io Estado augmentam de modo extraordinarit;>, convém · não confiarmos demasiado na Providencia e estarmos bem preparados para evitar qualquer calamidade, que nos venha de surpresa embaraçar o nosso progresso. Temos sido de uma felicidade inaudita em relação ás epi– demias, que têm não só visitado, mas se aninhado em alguns pontos do paiz. Não_ ignoraes que a primeira epidemia de febr~ amarella, importada do golpho do Mexico, começou a sua de– vastadora invasão pelo nosso porto, irradiando-se d'aqui para os demais portos. Nao sabemos porqtre motivo o Rio de Janeiro, e - Santos asylaram o terrível microbio, que limitando durante muitos annos ·as suas· periodicas. devastações áquelles portos, no ultimo decenio, vehiculado provavelmente pelos caminhos de ferro e continuas levas de immigrantes, galgou a serra do mar e foi 1r– romper ..com extrema violencia no centro do Estad{) do Rio, na

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