PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.

2-8 J\fENSAGEl\1 mais tarde com a expulsão da ordem constituíram muitas das nossas p;imitivas villas e cidades, que as raças indígenas não mereciam ser tratadas pelos processos barbaras, ainda hoje se– guidos em diversas regiões do globo. E ' positivo e certo, e a sciencia o demonstra, que pela cultura methodica do espirito, pelo crusamento com as raças su– periores- e por selecção lenta e indefectível no correr dos tem– pos, todas _as raças humanas são capazes de aperfeiçcamenfo, e entre a cleshumana e estupida theoria que maneia exter.ri1inar por imprestaveis os nossos jnfelizes irmãos e a sã, caridosa e -in– telligente doutrina do christianismo, não hesitamos na escolha, e com o maior empenho e pelos meios que a · experiencia nos aconselha, procurarei agremiar em centros agrícolas e pastoris os ultimas representantes de uma raça, que n:lo a fatalidade orga– nica, mas a extrema e innenarravel crueldade dos conquistadores, votou á ignorancia· e -ao exterminio. Já conto para este- fim com o c_oncurso abnegado de al– guns missionarios e pretendo organisar_ devidamente este serviço de modo a tornai-o o mais preveitoso possível ás povoa~:ões do interior, completando-o outrosim com aliumas colonias orphano– lo_gicas. Sabeis perfeitamente que gra11cle numero d'estes incligenàs auxiliam efficazmente os trabalhos da agricultura e industrias ex– tractivas e não é ch imerico julgar, que, se nao todos algun s e as creanças poderio receber rudimentos ele ensino elementar e -das artes mechanicas, para que revelarem maiores aptidões. O erro capital cios jesuítas foi querer sequestrar os indí– genas nos seus respectivos alcleiameutos e privai- os assim cio contacto com os agricultores; era fatal que semelhante organi~ sação, que obedecia quasi exclusivamente a sentimentos religiosos, despertasse a attenção ci o governo ela mctropole, que n:lo podia ser indifferénte á existencia ele um Estado no Estado. Não com– metteremos as mesf!1às fcdtas e de par com o ensino religioso, faremos com que não sejam esquecidos os conhecimentos leigos inclispensaveis áq uelles que deverão entr.u r.a vicia civilisacla. O futuro dirá a ultima palavra neste assumpto, gue até hoje não tem sido satisfactoriamente resolvido. Em tempo snbmetterei á vo5sa apreciação o plano que tenho em vista realisar.

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