PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.

iÍENSAGEJ\í * * * Com o Estado do Amazonas, graças ao curso do rio-mar e ao extraordinario desenvolvimento que a industria da seringa tem tomado em todo o valle por elle regado e pelos seus in– numeros affiuentes, as nossas relações mantêm-se n'um pé de florescimento satisfactorio. Como era naturalissimo, o primeiro grande fóco de civili– s:>.ção estabelecido na · Amazonia tendo sido o Pará, e a sua ir– radiação tendo sido lenta, já por circumstancias .Jlistorica s, já -pela grande extensão territorial, todo o resto da extensa bacia, quer a parte propriamente paraense, quer a que foi desmem– brada em capitania do Rio Negro e depois erigida em provin– cia, hoje Estado do Amazonas, padeceram dessa lentidão de cul– tura e ficaram muito tempo na dependencia do emporio prin– cipal constituído pelo Par~, ou mais propriamente -pela cidade de Belem . com a sua praça commercial. Na nossa phase pre– sente de desenvolvimento intellectual ainda pouco intenso a in– ·dus-tria merca ntil concentra as grandes actividades economicas, de modo que pelo poder e pela extensão do commercio ava– lia-se da força expansiva de uma determinada região. Antes . de 1867 as relações economicas da província do Amazonas convergiam todas para o Pará, ficando o seu princi– pal mercado, que era Manáos, na dependencia completa do maior mercado do Pará, que é Belem : e mesmo n'outras ordens de relações sociaes a capi~al do nosso Estado era o crivo por onde coava-se a civilisação para o territorio visinho. Entretanto depois que em Setembro d 'aquelle anno o governo geral abriu o curso do grande rio ao trafico das nações estrangeitas, resgatando .-~s– sim uma culpa que lhe pesava sobre os hombros em face cio congraçamento dos povos, o territorio amazonense entrou a sentir o influxo da liberdade de ·navegação, é:!ue e•a por assim dizer o vehiculo que tinha ele operar pelo. transfusão reciproca ele forças o engrandecimento desse bellissimo trecho cio Brazil. As relações, porém, entre o Pará e o Amazonas não t"i– nham o caracter ele uma cl ependencia accidental e coactiva : par.ticipavam por um lado ela logica da evolução historica do paiz e · pm·•· outro da ·cawcteristica situação geographica ,da, -região; essa dependencia era um estadio do progresso commum aa Ama– zonia e 11110 um artificio arbitraria de qualquer potencia supe-

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