PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.
DR. JOSE'"" PAES DE CAR VALHO 2 1 voamento e pela disposição do seu percurso aJsume um aspecto particular no tocante ás nossas rélações com o Estado de Matto– Grosso. Elle com e/feito, por intermec.lio de suas grandes a rterias formadoras, o Arinos e o J uruema, penetra até ao núcleo do planalto Matto-grossense justamente nos centros povoados e constitue p0r conseguinte o mais conveniente, · o mais facil, o mais natural desaguadouro para os productos de toda especie que a mão do homem a rrancar a essa fertilíssima região até agora, pelas difliculdades da viação, segregada ao movimento_economico do paiz. Ahi com çffeito estendem-se os grandes seringaes·, que não são regulaimente trabalhado,, não tanto pela deficiencia da po– pulação, como pelas difliculdades do transporte para a vertente platina, por onde o commercio cuyabano realisa-se actualmente numa lentidão desesperadora. Ahi vegetam igualmente nas me– lhores condições o cacáo, a canna de assucar, café, capazes por si de alimentar <J mais prospero mercado. Sob o ponto de vista da industria pecuaria a communica– ção com Matto-Grosso seria uma das soluções ao grave problema da nossa alimentação, por isso que nas extensas campinas que con– stituem talvez a maior pa rte do chapadão inclinado para o Ama– :wnas vivem cerca de 3.000:000 de cabeças de gado, .visto que Matto-Grosso, com toda a exiguidade de seu povoamento, que dá apenas 0 ,06 por kilometro quad rado, é o segundo E~tado criador do Brazil, apenas inferior ao Rio Grande do Sul. Só por aqui , Srs. Membros do Congresso, vedes a ex tra– ordinaria importancia das nosrns communicações com Matto– Grosso. · E neste ponto o phenorn eno economico seria uma repe– tição da historia, pois não faríamos mais do que reatar o antigo cos tume da descida tl os cuyabanos àos mercados paraenses pelo T apajós, desde a viagem no seculo I 8° de J oão de Souza Aze– vedo, o primeiro ousado que realisou o percurso da vasta zona. Desde que rarearam e finalmente acabaram as descidas dos cuyabanos pelo Tapajós em cónsequencia dos embaraços, aliás remediaveis, que o curso deste rio oflerece, ficou sendo como uma aspiração o reatamento dessas relações entre Matto-Grosso e Parú, porque de ambos os lados antevêm-se as la rgas vanta– gens, que de tal facto proviriam.
RkJQdWJsaXNoZXIy MjU4NjU0