PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1898. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1898. 44 p.

14 MENSAGEM E ' certo que não nos seria possivel banir o papel moeda do seio da nossa economia, mas ahi lhe se ria reservadét a po– si(;ão secundaria, que lhe cabe. A Republica Argentina, ainda ha pouco mais fundam ~nt"! victinnda, que o Brazil, pelo papel moed·1 inconvertivel, nos e~tá dando o exemplo de regularem- se cáda vez mais as tra nsac<,:ões ele se u commercio interno sobre a base ou ro, perd endo cada dia terreno o habito, que ahi era ge ral, de contra ctar-se s.obre a base do pezo papel ou pezo nacio - 11al. E outr 'o ra nc tempo ci o imperio centralisador, em pl eno domínio do . papel moeda inconvertivel do Thesou ro, já o Rio Grande do Sul, que sabia empobrecido de uma guerra de dez annos, conseguio fo rmar e manter ·um s,ock metallico pelo esfor– ço exclusivo de sua sensata e laboriosa populaçãc, que não ven– dia os seus productos senão a ouro. l\1as objectar- s'e-ha ainda, se em todos os Estados as operações de toda a ordem assenta ssem sobre a base ouro. o papel moeda nacional mais se deprecia ria, acab"ando por ser de todo repellido das transacções. Phenomeno contra rio s~ria, entretanto observado, porquanto a formação ou a existencia d·e um stock metallico no paiz seria uma causa de progressiva confiança 110 regímen mai s ou menos proximo da converti bilidade. Os ultimos dias do Imperio dão disso um proücuo exemplo. B emais, urge que os Estados con– greguem suas respectivas responsabilidades, amparando a U nião e com ella cooperando para a valorisação da moeda, em que ella arrecada suas receitas, que estão reduzidas, não por defeito orga– nico da Federação Brasil eira, mas simplesmente pela depreciação fatal do papel moeda inconvertí vel, abuso preexistente á Repu– plica constitw:ional. Isto posto e para rematar as considerações que antes desta longa digre~são me ia suggerindo o exame do problema refe – rente á n ecessidade, que a lavo ura e as industi-ias estaduaes têm de credito e capital, observe -se que a circulação metallica ou ·de bilhetes bancarias, permittiria a ·immigração es ponta nea do capital extrangeiro, tão seducto ramente solicitada pela multiplas applicações altamente renrn11eracl oras, que' aqui encontra. Mas na ausencia dessa circulação só com garantias exr ep– ciunaes verá elle as seguranças, que lhes são necessarias, segu– ranças que apenas o Estado poderá dar, associando l1s da lavoura e outras industrias a sua responsabilidad e. A garantia do Pará tem valor bastante para levantar ca-

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