PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 53 p.
i>R. Jos:ili PAES DE . CARVALHO 53 desacatal-a, arrastando o prestigio o:fficial pelas vias escu– sas que a ameaça e o suborno abrem a horas mortas, mal– sinando o processo eleitoral. Como cidadão, taes vilezas me repugnam, e como Gover– no corre-me o dever de reprimil-as. E hei de reprimil-as, sempre que a lei me houver amparado com os meios para isso indispensaveis». Não ousaria prêver, repito, quando ha dous annos affir– mei nos termos, que deixo transcriptos, as resoluções de meu ir– reductivel querer republicano, postas ao serviço da moral admi– nistrativa, que o pacifico viver da capital do Estado houvesse de ser um dia sacudido pelas allucinações partidarias, que de prompto transformam os mais rudimentares habitos de cortezia dos cidadãos cultos em destemperos de conducta e de lingua– gem, nunca assás severamente condemnados. Se nos momentos de loucura ou eifervescencia eleitoral alguem houvesse de visitar pela primeira vez um povo, certo que d'ahi s-ahiria espavorido ou enôjado, fugindo ao ruido das invectivas grosseiras, dos ataques ultrajantes, com que amigos da vespera, subitamente convertidos em inimigos ferozes, por– fiam agora na primasia no dig1adiar do insulto, da perfidia, da calumnia. Nada ha de mais demolidor do caracter do homem pu– blico que esses deliquios de intelligencia e de coração, produ– zidos pela vaidade revoltada ante o insuccesso da ominosa ca-. bala perversora. E' o caminho da degeneração rapida. Mas, se o político desvairado fosse a única victima dos damnos que elle proprio se proporciona, uns commentarios acres, mai.B ou menos justos, seriam o trivial epilogo desses accidentes assaz communs na vida dos partidarios facciosos. Infelizmente a esse infortunio, em muitos casos verda– deiramente lastimavel, por vezes se superpôem outros, como seja o da consequente excitação dos animos, aggravando-se d'ess'arte as causas da perturbação da ordem, que inevitavel é então manter pela intervern;ão da força na medida dos con– fiictos a dominar. Ora, admittindo-se que com o maior criterio e só nos casos extremos se utilisem os meios de repressão material, aiqda assim, por isso que é sempre presumível que os delin– quentes alleg~em encontrar-se o motivo de seus desfoi:ço,<, vio-
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