PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 53 p.
50 MENSAGEM Pouco mais de um anuo já conta a administração do il– lustre Snr. Dr. Campos Salles. Demasiado curto é ainda este espaço de tempo para que já se tenham corporificado em factos muitas das opiniões, que S. Ex.e. explanou em seu program– ma de governo. Neste mostrou-se S. Exc. convicto defensor da necessi– dade de alliviar-se a União, na medida constitucional, dos en– cargos administrativos que por sua natureza devam passar á responsabilidade dos poderes estaduaes. Commentando o anuo passado este superior proposito, ap– plaudi-o sem restricções, solicitando-vos na mesma occasião as auctorisações com que deve estar apparelhado o executivo do Estado para corresponder ás vistas de S. Exc. no momen– to desejado. « Affeito, accrescentei então, á orientação federativa, que propagou e hoje defende, S. Exc.ª subordinando-se á vigente disc1imina.ção constitucional das rendas, busca de accôrdo com aquella e esta precisar definitivamente os ter– mos logicos e praticos do regímen que a Nação elegeu, para dentro delle mantermos acima de tudo a unidade política da Patria, ao lado de uma administração descen– tralisada, confiada á autonomia dos Estados, sem prejuízo entretanto de uma imprescindível subordinação destes aos interesses supremos de que a União é a depositaria; insub– stituível e necessaria. Entre esses interesses supremos permittireis que eu des– taque os que dizem respeito á defeza nacional. Evidente– mente, se não fôra a agudeza da crise financei.ra , não se encontraria uma só attenuante para o facto de :Í-presentar– mos aos olhos do mundo · os indicios de uma nação des– cuidosa dos meios de garantir-se de um modo perfeito con– tra todas as eventualidades, pela organi&ação consentanea com tão inalienavel dever de suas forças militares de mar e terra. As classes armadas do paiz, cujo desprendimento já nos habituamos ~ medir por sacrificios sem par, mais de uma vez pelo orgão da competencia technica têm insis– tido em evidenciar a preca.ria situação em que se encon– tram para agir com successo, se funestos acontecimentos viessem exigir-lhes o prompto emprego de suas ener– gias». •
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