PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 53 p.

MENSAGÊM foi, · quiçá, fortemente perturbado, em que á nossa obra de organisadores da Republica não nos foi dado, talvez, consa– grar toda a inteireza da competencia exigivel aos estadistas consummados. Mas, evocal-o _sem acrimonia, nem desalento, é pôr ao alcance de todas as vistas a realidade que precedeu a Constituição de 24 de Fevereiro, para moderar-se um pouco essá preoccupação nervosa, éom que se busca encontrar nessa lei fundamental a causa da situação precaria do 'fhesouro Federal. A União foi sacrificada, affirma-se; os Estados absorve– ram-lhe os recursos, deixando-lhe encargos superiores ás ren– das que lhe ficaram em partilha, accrescenta-se. Entretanto assim não foi. .n.. União ficaram solidos recursos, com que ella poderia liberar-se folgadamente dos encargos, que lhe foram affectos, se desde logo se houvesse posto termo á imprevidencia com que já se havia deixado aggravar a crise monetaria, produ– zida pelos erros administrativos anteriores. Mas a força ad– quirida desses erros continuou preponderante a actuar sem desfallecimentos, sobrevindo para dar-lhe dia a dia um cara– cter mais anarchico os acontecimentos agudos, que foram a historia politica do primeiro quatriennio da existencia consti– tucional. Vivamente agitado, o segundo quatriennio, que foi o da consolidação da ordem material no sul e no_centro do paiz, apenas poude legar-nos a apuração exacta e decisiva dos pre– juízos nacionaes, medidos no exterior pela injuncção do ac– côrdo de Londres e no interior por centenas de mil contos de papel-moeda, sem contar os titulos da divida fundada, emit– tidos nesse periodo em avantajadas proporções. D'essa arte comprehende-se que os Estados, aos quaes aliás foram asseguradas attribuições correspondentes ao inicio da existencia economica que lhes deferira a organisação fede– rativa, mal pudessem utilisal-as, assediados como se acharam no terreno economico pela restric.ção do credito e pela circu– lação da intitulada moeda fiduciaria, que já houvera tudo perturbado. Apezar, porem, de todas essas razões, que são obvias, que encerram a explicação diaphana não só da situação fi– nanceira da União 1 como da medíocre actividade economica

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