PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 53 p.

na: JOSE; PAES DE CARVAtHó 9 um proteccionismo sectario, cumpre-lhe egualmente emanci– pal-os, em subido gráu, dos preconceitos da escola opposta. Ali condemna-se o regimem dos monopolios odiosos, a cuja sombra querem arrastar-se as industrias artificiaes, mas não se chega ao extremo de prestigiar-se a absurda affirmação de que povos ha, entre os quaes o brasileiro, que devam re– signar-se, pelas condições do solo e clima em que vivem, a jamais a 4 dquirir outras aptidões qu~ não sejam as strictamente solicitadas pelos primitivos estadios da civilisação. Utilíssimos são esses ensinamentos, profusamente espa– lhados pelos escriptores -nacionaes, sempre a postos no com– bate contra as audacias do exclusivismo systematico em ma– teria economica. Effectivamente ellas não se compadecem, nem podem compadecer-se com as luzes de uma epocha, em que só têm direito a abrigo as noções verdadeiramente positivas, unicas compativeis com a irrevogabilidade das leis do pro– gresso, com as quaes, a seu turno, são absolutamente anta– gonicas quaesquer peregrinas theo1'ias sociaes, arbitrariamente architectadas d'um ponto de vista restricto, qual é o de onde . se descortina apenas o lado material do problema humano, ou o seu lado exclusivamente economico. Na verdade, ainda que essencial o lado material das questões sociaes, não basta só encaral-o para -bem compre– hendel-as. Ao contrario, a incidencià ne~se erro de omissão é o motivo certo de revestirem-se muitas · veses de impenetra– vel obscuridade os assumptos d'aquella natureza; aliás claros ou de lucida explanação, . logo que examinados em seu con– jtincto indivisível, real e complexo. E o que é peior é que na direcção pratica da vida não são de todo inoffensivos esses desvios de methodo, de logica ou de intelligencia na elucida- ção das questões. . . E' assim que, para quem ao inspeccionar nossa incipiente industria manufactureira, outra cousa não investigar senão seus resultados materiaes, evidentemente ínfimos ao lado dos das nações technicamente -apparelhadas, só haverá um con– selho a proclamar: o de ater-se o productor brasileiro aos misteres exclusivos da industria agricola, ainda que rudimen– tarmente praticados. Mas, se o estudamos do triplice ponto de vista moral 1 intellectual e pratico, esse importante proble– ma desafia-nos uma meditaç~o mais efficaz e util, vivamente ..

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