PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 231 p.

nos inflingimos a pena de nossos prejuizos, trocando m,ssas cambiaes por papel moeda. . · Mas exclama-se .: como fazer de outro modo, se nos é necessario o papel-moeda para pagarmos, alem· dos produc– tores, os impostos de importação, como os de exportação? Quanto ·a este uJtimo_, o regimen orçamentario -actual baseado sobre o 1.000 rs. de 27 dinheiros deixa inteira liber– dade ao contribuint.e de pagai-o, seja em especié, seja em papel-moeda. Ora, quem tem 27 dinheiros em especie, porque motivo ha de converlel-os em - papel-moeda, quando simi– lhante mudança de numerario a ninguem liberta de pagai-os integralmente ao fisco estadual? , · A alta do cambio não é impossivel, dil'-sc-:lrn, e no caso em que ella se Tealise, mais convirá ao contribuinte pagai-os em papel, que em especic. . Antes de tudo cumpre observar que infelizmente não é essa a hypothese, qne se tem verificado. Depois é evidente que estará sempre á alt-ura de bem aproveitai-a quem pos– suir stock metallico e souber, em tempo ulil,~envolvel-o em uma operação de cambio, bem estudada e isenta de perigos imprevistos, no intuito de fransforrual-o em papel-moeda, quando este por effeito de causas reacs houver entrado na phase das valori!'iações seguras e progressivas. Demais, esse re~ultado, sabern-n'o todos, não poderá provir da actualidade da relação, que nos é necess::: riamente desfavoravel, entre a offerta e a procura df! lettras no mercado de cambiaes, devi- _ do á depressão dos preços do café. Só a acção ct.irecta da administração financeira do paiz no mercado monetario po– deria delerminal-Q, se essa intervençãO necessaria se apoiasse em recursos <li/ferentes dos. da ,iroducção actual, cujo futuro desenvolvimento, não c·essemos de repetil-o, depende essen– cialmente · do saneamento do meio circulante e do conse– quente ingresso de capitaes extrangeiros no evoluir de nossa economia. Ora é inquestionavel que. por mais rapida que pu– desse ser a marcha ascencional da taxa camhiaJ, .em virtude . da intervenção presumível do Governo, ainda assim o contri– buinte do Thesouro Paraense teria sempre tempo pJra deci– dir-se com acerto, quanto á convenjencia de guardar seus saldos em especie ou em papel-moeda,- quanto á vantagem de pagar o imposto de exportação em ouro, ou n'aquella rnoedo, de conformidad~e como agio d'este. ,