PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 231 p.

6:1: MENSAGEM honica, que desgra~.,adamente já irrompeu em Santos e na Ca– pital :H'ederal. O espírito publico está com razão bastante impressiona– do com esta primeira visita do morbus traiçoeiro, que,. pare– cendo attenuado por causas desconhecidas, poderá de momen– to alastrar-se pelo paiz, já tão cruelmente empobrecido com a crise financeira, cujo termo parece indefinido. Lamentando sinceramente os infortunios que assediam as cidades invadidas e as perturbações economicas motivadas pe– las quarentenas de rigor e outras medidas, a que · tenhamos de recorrer, serei inexoravel no cumprimento dos regulamentos, porque a salvação publica assim o exige. Estamos preparados para combater efficazmente os pri– meiros casos, que por nosso infortunio aqui se apresentem, mas devemos esperar que não serão· improficuas as rigorosas medidas hygienicas, que vão sendo racionalmente applicadas. E' necessario, porem, que todos se compenetrem da gravida– de da situação e não queiram perturbar com infundadas re– clamações o plano de defeza, que, se falha1·, deixará o commer– cio desta região em situação deploravel e angustiosa. Estudando com o mais vivo interesse todas as questões relativas á hygiene publica, tenho feito o possível para dotar o nosso Estado com um serviço sanitario modelo e capaz de pre– serval-o da incursão de molestias exoticas e epidemicas, que os nossos actuaes conhecimentos permittem combater. Desde que assumi o governo tenho instantemente chama– do a vossa attenção para este importantíssimo ramo de admi- · nistração e com os recursos que me concedestes procuro gra– dual e indefectivelmente promover os melhoramentos de cara– ter urgente e reconhecida utilidade, no que tenho sidoº muitís- simo auxiliado pela Intendem>ia Municipal da Capital. ' E' muito louvavel a impaciencia popular, quando arden– temente pede que tudo se faça de um surto, como nos appa– ratosos scenarios dos prestidigitadores. São-lhe, porem, desco– nhecidas as difficuldades do problema, e o que lhe parece á primeira vista facil de resolver-o saneamento de uma gran– de cidade- é nada menos que um desideratum para a sciencia actual. Não podia, pois, o governo emprehender levianamente a construcção de obras dispendiosíssimas e impraticaveis com os

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