PARÁ. Governador (1897-1901: José Paes de Carvalho). Mensagem dirigida ao Congresso do Estado do Pará: pelo Dr. José Paes de Carvalho governador do Estado em 7 de abril de 1899. Belém: Typ. do 'Diario Official', 1899. 231 p.

24 MÉNSAGEÍM dos deveres-4ue lhe occorram, em conseqtiencia de empres– timos que-levante. Esse estabelecimento acreditado em Paris acaba de converter com completo exito suas lettras hypothecarias, que eram de 4 ºlo em outras de 3,4 ºIo, ha– bilitando-se assim a retirar de juros apenas 5 ºlo sobre as sommas que fornece, sob garantias de hypotheca, ao pro– ductor canadense. Eguaes vantagens, senão melhores, terá o Brazil no dia -em qu~ se'empenhar esforçadamente pela eliminação do pa– pel moeda inconvertivel, que não é credito, mas abuso de credito, que não é renda, mas divida onerosa, que não é ca-. pital, mas agente vicioso de permuta,já de todo prohibidn por preceito constitucional em algumas nações, como a Suissâ e ultimamente a Venezuela. Mas, emquanto isto não succede, emquanto os poderes publicos d_a União não felicitarem o paii com o banimen– to de~sa especie de pezadello que o atormenta, é indispen– savel que os Estados, apezar do papel moeda, envidem to– dos os esforço~ para offerecer ao capital uma situação me- nos sobresaltada, mais segura. - E' obedecendo a esse -desigpio, que vos indico a conve– niencia_ de r.e~odefarmos o~portunamente no~sa let orça– mentaria. Precisamos de cap1taes para progredir e 1mpos– sivel será :fixal-os entre nós, sem que façamos rigorosa hygiene nos canaes da circulação monetaria. _ _ -Somos capazes de produzir mafa do que consumimos- - ninguem o contesta. Os_nossos productos subsistem o tempo necessario.- em– quanto sua reproducçao se opera-eis outra verdaae in- questionavel. · Mas se é exacto que as leis-basicas da formação e desen– volvimento da riqueza não são in:firmadas-entre nós, não é egualmente menos certo, que ainda não possuimos econo– . mias sufficientes para empregar em novos emprehendi- • mentos. . . Dous motivos capitaes explicam a de:ficiencia de nossos recursos disponiveis ou de nossa fortuna movel.Em pri- · meiro logar nossa exfatencia como nacionalidade autonoma ainda é assás curta para que bem sensíveis já sejam os effeitos da accumulação desses recursos, maxime quando ha a considerar a circumstancia de que nossas economias se escoam para as caixas liniversaes, em consequencia do desequilíbrio existente entre as necessidades e costumes, que nos impõe a civilisação em que nascemos, e os escassissimos productos de nossa quasi primitiva industria. Em segundo logar temos sido até·hoje victimados pelo nefasto regimen do papel moéda inconvertivel, cujos effeitos.se accentuam em nossa historia :financeira desdê os tempos da indepen– dencia, para não falar da epocha col<inial, em que não se cogitou maduramente do nosso futuro. - ... ~ - - - -

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