PARÁ. Governador (1905-1909: Augusto Montenegro). Mensagem dirigida em 7 de setembro de 1905 ao Congresso Legislativo do Pará: pelo Dr. Augusto Montenegro governador do Estado. Belém, PA: Imprensa Official, 1905. 105 p.

,,. 6 MENSAGEM de repulsa á ma.o armada, que sabia preparada e disposta a nilü se deixar vencer, bem conheciamos os moveis a que elle obedecia, pondo-seá testados amotinados de 14 de Novembro. Esta convicção era tanto mais forte em nó::, quanto nos parecia bastante extravagante que o chefe da revoita se am– parasse atraz de um movimento contra a vaccinação obriga– toria anti-variolica, quando durante o seu governo neste Estado foi discutida, votada e sanccionada uma lei, quasi nos termoseda que servio de pretexto aos arruaceiros de Nn– vembro. Verdade é que não l'oi o sr. dr , Lauro 'Sodré que pessoalmente a sanccionou, mas, com ter essa lei o numero 4 da collecção de leis, foi ella discutida ·e votada quando o mesmo sr. exercia a governança, naturalmente com a sua . acquiesccncia e quiçá com o seu applauso. Ninguem ignora a acção consideravel que o primeiro governador do Pará teve sobre os congressos legislativos que funccionaram durante o seu longo periodo governamental e não é difficil de presumir que elle teria amplos meios de influir para a na.o adopção ele uma medida que em 1904 julgou ser de tanta gravidarle que chegasse ao ponto de justificar uma revolução. Dado o levante de Novembro, que em poucos dias foi abafado pela energia. calma-e - notavel serenidade do sr. Pre– sidente da Re:;:iublica, na propria imprensa da capital da nação na.o se duvidou que seu triumpho traria como resultado a conflagração em todo o territorio nacional, porquanto era obvio que os Estados não se conformariam com a humilhante posição de apoiar um movimento, nascido do espírito trefego de alguns despeitado,;, e da ambição e vaidade sem limites de outros, que julgam realidades as nuvens de incenso com que não cessa.o de envolvel-os. · O Pará, mais que qualquer outro Estado, achava-se na obrigação moral de reagir com todos os seus recursos, pon– do-os francamente ao serviço do restabelecimento da ordem constitucional. . Sei que .o illustre homem publico, então á testa da admi– nistração, se achava compenetrado do importante dever que lhe assistia cumprir nesse momento dolorosQ, e que sob suas ordens o nosso Estado não deixaria passar sem protesto lã.o insólita pretensão que nutriam ·os amotinadores do Rio de se impôr a toda a RE>publica. Felizmente durante os dias que durou a crise no Rio, nada no nosso Estado demonstrou que às graves factos que alli passavám, podessem ter repercussão entre nós. O Estado guardou a maior serenidade, nem sequer a minima perturba:: çã.o·da orde°:1 veio .estab.elece.r_u_m qualquer laço . d~ .solida~

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